Professora inclusiva vira boneca Barbie
Há pouco mais de um ano, ela foi uma das dez finalistas do Nobel da Educação 2020, pelo trabalho como professora de educação inclusiva e Língua Portuguesa. Agora, Doani Emanuela Bertan, de 40 anos, vai chamar a atenção das crianças de outra forma. Ela e mais 11 mulheres de destaque, de diferentes países, fazem parte do grupo escolhido para virar a boneca Barbie e inspirar garotas pelo mundo afora. Entre as outras homenageadas, estão a roteirista e produtora de TV Shonda Rhimes, que esteve por trás da série médica Grey’s Anatomy, a estilista chinesa Lan Yu e a cozinheira italiana Sonia Peronaci.
Doani dedica a vida à educação bilíngue para surdos. Há quatro anos, ela criou um canal no YouTube, que tem mais de 14 mil inscritos. É considerada uma das pioneiras no ensino pensado diretamente para a comunidade surda, mas que também pode ser acessado por outros tipos de público.
Chamado Sala 8, o canal começou quando alunos surdos da escola em que trabalhava, em Campinas, receberam livros didáticos iguais aos dos demais alunos: escritos em português, e não em libras. Na tentativa de solucionar o problema, passou a criar conteúdos inovadores para atingir seus dois públicos de alunos, o de pessoas surdas e ouvintes.
A educadora já trabalhou como catadora de papel, atendente de pizzaria, vendedora e com panfletagem. Em 2020, chegou na final do Global Teacher Prize, considerado o Nobel da Educação. “Estamos em uma sociedade feita para a maioria, em que a minoria recebe uma adaptação, mas sabemos que tudo que é adaptado não sai como deveria ser. Precisamos que a nossa sociedade possa ser pensada e planejada para todos. Não é impossível”, defende. “No começo é difícil, mas a partir do momento em que se começa a ter mais empatia, se torna algo automático e até fácil”, acrescentou. Hoje, Doani integra o Centro de Mídias da Secretaria Estadual da Educação.
Lançado em 2015, o projeto da indústria Mattel já homenageou outras três brasileiras: a surfista de ondas grandes Maya Gabeira em 2019, a biomédica Jaqueline Goes e a artista IZA em 2021. (Da Redação, com Estadão Conteúdo)