Contém felicidade das boas

Artigo escrito por Vanessa Marconato Negrão

Por Cruzeiro do Sul

Os flamboyants florescem em outubro, mas não custa levantar a cabeça quando ver um por aí, hoje mesmo encontrei algumas flores vermelhas despontando entre os galhos de um deles. Fora de época, mas igualmente lindas! Tão lindas que merecem uma poesia! As flores do flamboyant me trazem uma alegria genuína, como se eu mesma florescesse. Tem coisas que fazem isso com a gente, que nos deixam felizes assim, de graça. E são de coisas assim de felicidade gratuita que tratam esse livro.

Vou dar mais um exemplo: pão na chapa. Quentinho, crocante, cheiroso, quem é que não gosta? E “Pão na Chapa” é justamente o nome desse conjunto de poesias. Leiam só um trechinho: “Amo, hummm, água de coco e adoro, claro, garapa. Meu avô italiano às vezes tomava grappa. Dele herdei o nariz grande. Os brous me chamam de Napa. E o talento para jogar bilhar -- bola na caçapa. Foi ele que me ensinou a gostar de pão na chapa.”

Recheado de coisas singelas: árvores frondosas, brincadeiras na piscina, super-heróis e mais um monte de gracinhas, “Pão na Chapa” é um livro onde cada página equivale a receita de um sorriso.
Seu autor Fabrício Corsaletti conta que adora escrever (logo se vê) e diz que, para ele escrever, é como sonhar. “E sonhar é bom, mesmo quando é ruim. O contrário do sonho não é o pesadelo, mas o nada.” Bonito isso, né?

Concordo com o Fabrício, vou tentar fazer mais como ele quando estiver entediada: escrever para sonhar, ou sonhar para escrever.

Um livro da Companhia das Letrinhas, que guarda um monte de sorrisos.

Vanessa Marconato Negrão é professora e apaixonada por literatura infantil.