A menina Nina

Artigo escrito por Vanessa Marconato Negrão

Por Cruzeiro do Sul

Eunice Kathleen Waymon nasceu em 1933 na cidade de Tryon, nos Estados Unidos. Foi a sexta de oito irmãos. Desde muito cedo seu pai a colocava no colo enquanto tocava piano, pondo os dedos da filha sobre os seus, para que ela decorasse seus movimentos. Esse método deu tão certo que aos três anos a menina já tocava os hinos favoritos da mãe, que era ministra na igreja local. Foi na igreja que aconteceram suas primeiras apresentações, onde Eunice já demostrava seu grande talento.

Um dia a menina foi convidada para tocar na biblioteca municipal da sua cidade, e seus pais, orgulhosos, se sentaram na primeira fileira. Mas um homem branco expulsou-os dali, exigindo que fossem para um assento mais afastado, para que ele e sua esposa ocupassem aquele lugar.

Eunice, então, se recusou a tocar e permaneceu imóvel, até que seus pais voltassem a estar próximos dela. Ela conseguiu o que queria, e seus pais voltaram ao banco da frente, mas não sem que essa experiência marcasse a vida de todos para sempre.

Infelizmente ela foi vítima de racismo outras inúmeras vezes. Chegou a ser reprovada num teste para um instituto de música somente pela cor da sua pele. Felizmente, tudo isso a deixou mais forte. E fez com que ela se tornasse um ícone da luta antirracista.

Eunice se tornou Nina Simone, a estrela que marcou o mundo com sua existência, cuja voz suave e potente é impossível não reverenciar.

“Nina. Uma história de Nina Simone” foi escrito por Traci Todd após minuciosa pesquisa bibliográfica e ilustrado com toda autenticidade que a história merece por Christian Robinson. Uma jóia da literatura para todas as infâncias a ser publicada nas próximas semanas pela Editora Pequena Zahar.

Vanessa Marconato Negrão é professora e apaixonada por literatura infantil.