Da Terra a terra

Artigo escrito por Vanessa Marconato Negrão

Por Cruzeiro do Sul

“Será que a Terra sente?” Ao ler o título desse livro, que também é uma pergunta, as crianças prontamente me responderam: “Simmmmm!”, antes mesmo da história começar. Sou professora há muitos anos, mas não canso de admirar a sensibilidade das crianças; desconfio inclusive que a infância é a única fase da vida em que as certezas parecem (e são!) tão óbvias. Não é óbvio que as guerras são inúteis? Não é óbvio que é preciso ser gentil e generoso? Não é óbvio que o amor é mais importante que qualquer coisa? Para as crianças, é.

Neste livro, o autor e ilustrador Marc Majewski propõe aos leitores que imaginem a Terra como um organismo vivo, do qual também fazemos parte. Numa nota nas últimas páginas ele diz: “É comum praticarmos a empatia por outros humanos, mas esquecemos que também somos parte de uma família maior. De aranhas delicadas a enormes elefantes, em meio a florestas exuberantes e aos mares mais profundos, somos todos Terra.”

Diante de tudo que a Terra sente, é preciso refletir. A natureza não é apenas paisagem. A natureza não está a serviço dos seres humanos, ao dispor da nossa existência. A natureza não depende de nós, mas nós dependemos da natureza. Não é óbvio?

Um lançamento da Editora Pequena Zahar, para todas as infâncias.

Vanessa Marconato Negrão é professora e apaixonada pela literatura infantil