Combater a dengue é um dever de todos. Inclusive das crianças!

Garotada da Pastoral do Menor de Sorocaba conscientiza a comunidade contra o mosquito

Por Thaís Marcolino

"Dê uma mãozinha contra a dengue" é um dos lemas do grupo

O verão já foi embora, mas um mosquitinho que tem como característica a reprodução em dias quentes e chuvosos ainda está por aqui e anda deixando bastante gente doente. Sabe de quem a gente está falando? Dele mesmo, o mosquito da dengue, que é preto com pintinhas brancas. Tanto em Sorocaba quanto em cidades próximas, os casos de infecção pelo Aedes aegypti (transmissor da dengue, chikungunya e zika) aumentaram bastante e, por isso, tem muita gente preocupada.

Olha só esses números: em Votorantim já são ao menos 739 pessoas com dengue e, em Sorocaba, a última informação foi de que 312 pessoas tiveram a confirmação da doença. Infelizmente, a expectativa é que agora esses dados estejam ainda maior. Sabendo disso, bora ligar o alerta e tomar algumas medidas para evitar que o mosquito se multiplique por aí?

Entre elas, é sempre bom não jogar lixo na rua porque, como te dissemos antes, o Aedes aegypti sente muito calor e ama água. Em qualquer lugarzinho úmido, por mínimo que seja, ele já começa a se reproduzir. Por isso, fique alerta em casa: se ver algum lugar que acumule água, o vire ou esvazie-o para que isso não ocorra novamente.

É para ensinar isso e muito mais para nossas crianças e adolescentes que a Pastoral do Menor de Sorocaba mobilizou as oito unidades da associação, que juntas atendem mais de 1,3 mil pessoas entre 3 e 17 anos, para trabalhar o tema e conscientizar a comunidade sobre a importância de cuidar do nosso cantinho para a doença não se espalhar ainda mais. Na unidade Júlio de Mesquita (Manchester) não foi diferente. Com as crianças de seis a 11 anos, foi utilizado um recurso muito legal: o teatro. Quatro meninos foram escolhidos para passar as informações aos amiguinhos e, entre eles, um se caracterizou de mosquito da dengue. Usando um bico igual ao nosso “vilão”, picou um dos colegas, que logo sentiu os primeiros sintomas: coceira, vermelhidão e cansaço. Depois, coube aos outros dois amigos explicar que ele estava sentido, o motivo e como evitar as “visitas” da dengue em casa.

Um deles foi o Richard da Silva, de 10 anos. Ele ficou com o papel de explicar a prevenção e acha muito importante falar sobre o assunto porque aprendeu que a dengue pode matar e tem muito medo disso acontecer com ele ou alguém que ama. “Amei participar do teatro e, com certeza, levarei para casa os ensinamentos, porque, por mais que aqui seja um papel, eu sei que é real e a dengue preocupa. Já falei para minha avó tomar os cuidados também”, disse o estudante.

O grande “vilão” da história foi interpretado por Walacy Lopes Souza, também de 10 anos. Mesmo sendo seu primeiro dia na Pastoral, não esperou para se oferecer para a atividade. “Gosto de atuar e acho importante falar desse assunto. Amei interpretar a dengue com o bico e tudo.” O estudante contou ainda que, antes de apresentar a peça, teve que estudar, até para passar o correto para os amigos.

“A gente teve que ver algumas coisas antes sim, e as que mais gostei foram de que a doença surgiu na África, no século 16, e tem se espalhado pelo mundo desde então. A criança tem que aprender igual ao adulto sobre isso, né?”, complementa o garoto.

Além do teatrinho, a turma deles também fez uma “mãozinha”, simulando um “tapa” com frases contra o mosquito, como: “Basta! Chega de dengue”. Outra classe, com assistidos menores, a atividade aplicada foi pintura de desenho.
Da mesma maneira, com os pré-adolescentes, os jovens percorreram ruas com panfletos para conscientizar a população do bairro para cuidar com os focos dentro de casa. Entre as que participaram, estavam as amigas Agatha Lorrana Rodrigues Fidelis, de 12 anos e a Yasmin Sayuri Cardoso Prestes, de 11 anos. “Acho importante tudo isso porque passamos pra frente a conscientização e é isso que é legal, as pessoas vão aprendendo e a dengue, sobretudo é um trabalho de prevenção”, disse Agatha. “Minha avó já está ciente que os vasos de planta não podem ter água”, complementou Yasmin.

Todas essas atividades foram programas com a ajuda da Jocilene de Paula Gino, coordenadora pedagógica da unidade Manchester da Pastoral. “Trabalhamos com a ação adequada à idade, mas no final o resultado é o mesmo. A importância de cuidar hoje para não sofrer depois”, analisou.

Como evitar a doença, se proteger e se cuidar

A prevenção é muito importante para evitar que o mosquito chegue a mais casas e pique mais pessoas. O primeiro “mandamento” de tudo é não deixar água parada. Como? Deixe sempre tampadas as caixas d’água, tambores, coloque areia nos vasinhos das plantas, não junte vasilhas e utensílios que, de alguma forma, possam conter água. Guarde as garrafas vazias de cabeça para baixo, entre outros cuidados.

Se andar pela rua, jamais jogue lixo em qualquer lugar. Quando chove, copos ou embalagens acabam acumulando água e viram novos focos da dengue. Sabe aquele mato alto que vemos em muitos terrenos? Ele também é um perigo.

Além dessas atitudes, também é possível “blindar” o nosso corpo. Para isso, a dica é proteger o corpo onde o mosquito possa picar. Também é legal usar o repelente.

Mas, se apesar de todas essas medidas você ainda topar com o Aedes aegypti por aí, se atente aos sintomas.

Como se cuidar

Algumas pessoas, quando infectadas, podem não sentir tantos sintomas. Mas alguns são característicos: febre que não passa, dor de cabeça e no corpo. E lembra das manchinhas vermelhas que nosso amiguinho teve no teatro na Pastoral? Elas também podem aparecer.

No caso desses sintomas, ou de outros mais graves, como dor no estômago, muito sono e sangramento no nariz, avise imediatamente quem cuida de você e vá ao médico.

A medicina ainda não produziu nenhuma tem vacina para a dengue. Então, é super importante que cada um cuide do seu cantinho para que, em outros perídos de chuva e calor, por exemplo, não haja tantos casos da doença. Combinado? (Thaís Marcolino)