A maleta mágica
Artigo escrito por Vanessa Marconato Negrão
Entre 1930 e 1980 houve um intenso movimento migratório no nosso País, em especial de famílias que vinham do Nordeste para o Estado de São Paulo. Em São Paulo a industrialização crescia, enquanto a região Nordeste permanecia baseada na agricultura, com o agravante da seca, que tornava ainda mais difícil a vida de seu povo. Famílias inteiras atravessaram o País em busca de uma nova vida.
A família de Maria Jacinta, a Tita, foi uma dessas. Depois de um grande temporal que levou o telhado da casa onde viviam seus pais, eles resolveram fazer uma grande mudança, compraram um ônibus com a intenção de chegar à cidade grande.
Antes de partir, porém, Tita ganhou do seu tio Vicente um presente que marcaria sua vida toda: uma maleta vermelha. “O mundo é muito grande, minha querida. Por isso vou te dar essa maleta. Essa não é qualquer maleta, ela é mágica! Então quando se sentir triste, basta você abrir e ela te ajudará. Quando se sentir feliz, abra-a também e lembre-se de nunca desistir de seus sonhos, pois tudo é possível se você acreditar!”
Tita cresceu e estudou até se tornar professora. Como amava os livros, compartilhou com as crianças, durante toda sua carreira, esse amor pelas histórias.
A maleta vermelha foi onde Tita guardou o dinheiro que juntou para realizar o sonho de viajar pelo mundo. Foram dias muito felizes até que ela se deu conta que tinha perdido sua amada maleta. Mal sabia que seria justamente a busca pela maleta que a faria conhecer o amor de sua vida, José Carlos, com quem constituiria uma família e viveria os dias mais felizes de sua vida.
Uma história real que mais parece um conto de fadas, contada pela filha de Tita: Marcela Merides, ilustrada por Brenda Brêttas e produzida pela Marmelada Editorial.