Uma história para atravessar gerações

Artigo escrito por Vanessa Marconato Negrão

Por Cruzeiro do Sul

“O aprendiz de feiticeiro” é um poema de Goethe escrito em 1797. Ele conta a história de um velho feiticeiro que sai de sua oficina e deixa sozinho seu aprendiz com muitas tarefas a realizar. É preciso limpar o chão, deixar tudo organizado. A ideia que lhe vem não é das piores: usar mágica encantando o esfregão, lhe poupando de tanto esforço. Mas logo se vê que tal astúcia não passa de um desatino! Num instante, a oficina fica encharcada, com água a escorrer por todos os lados.

E quem diz que o esfregão obedece o aprendiz? Tudo sai do controle e, para tentar findar esse caos, ele quebra o esfregão em pedaços. Mas pouco adianta; mesmo em lascas, o utensílio continua a trabalhar. Não há mais o que fazer; para evitar maiores estragos, ele apela ao Mestre que, com poucas palavras, põe fim à algazarra.

“Para o canto as vassouras: nas vindouras horas já deu! Pelo menos por enquanto, aqui só quem manda sou eu!”

O poema de Johann Wolfgang Goethe é um clássico da literatura alemã e foi adaptado dezenas de vezes. A mais famosa delas foi retratada no filme “Fantasia”, em 1940, pelos estúdios Disney. O curioso aprendiz é interpretado por Mickey -- que, por incrível que pareça, nessa época não era um personagem muito popular. Colocá-lo como protagonista desta história foi elevá-lo ao sucesso entre as crianças.

Nesta edição da Editora Boitatá, as ilustrações ficaram por conta do premiadíssimo Nelson Cruz, com a tradução laboriosa e impecável de Maria Gutierrez. Uma história para atravessar gerações.

Vanessa Marconato Negrão é professora e apaixonada pela literatura infantil