Búfalo-d’água: amo e senhor da ilha de Marajó
Alguns afirmam que eles chegaram da Indochina em um navio naufragado, outros que prisioneiros fugitivos da Guiana Francesa os usavam junto com pequenas jangadas para navegar pelos manguezais. Seja como for, o fato é que os majestosos búfalos-asiáticos, ou búfalos-d’água, fizeram da ilha do Marajó, no estado do Pará, a sua casa nas últimas décadas.
À vontade no clima quente e tropical, o número de búfalos se multiplicou e sua população hoje gira em torno de 500 mil cabeças, superando inclusive seus 440 mil habitantes. Ao longo do caminho, tornaram-se um símbolo desta ilha banhada por rios de um lado e pelo mar do outro, onde são celebrados como parte da cultura local. Também estão presentes nos cardápios dos restaurantes, que oferecem apetitosos bifes servidos com mussarela de búfala. E ainda participam de corridas nos festivais locais.
Assim como em muitos países da Ásia, de onde são originários, os búfalos-d’água (Bubalus bubalis) são vistos no Marajó arrastando carroças pelas ruas ou se alimentando nos pântanos. Eles podem pesar até 1,2 mil quilos e medir cerca de 2,5 metros, são excelentes nadadores e atravessam com facilidade os solos alagados e lamacentos dos manguezais nas temporadas chuvosas. Os turistas que chegam à ilha, de 49 mil km2, ficam maravilhados com sua onipresença e com outros cenários ainda mais peculiares.
Desde 1990, o 8º Batalhão da Polícia Militar da cidade de Soure utiliza os búfalos em suas operações de patrulhamento, com policiais sentados em uma cadeira sobre as costas do animal. A integração com a polícia é tanta que uma placa, feita de cartuchos de bala, com um búfalo musculoso carregando uma espingarda, adorna a entrada de sua sede. Assim nasceram os “Buffalo Soldiers” (Soldados Búfalo), em referência ao clássico de Bob Marley. (Da Redação, com AFP)