Rosaldo faz 16 anos
No início do mês de novembro, a equipe do projeto Bicudinho-do-brejo (Formicivora acutirostris) comemorou uma grande conquista para a ciência e a preservação da espécie. Em 2007, 16 anos antes, Rosaldo foi localizado num pequeno ninho na Ilha do Jundiaquara, em Guaratuba, no sul do Paraná, e com nove dias foi marcado com duas anilhas pela pesquisadora Bianca Reinert, que dedicou a vida ao estudo da espécie. Com o aniversário do pequeno pássaro ameaçado de extinção veio também o recorde de tempo de monitoramento de um indivíduo desta linhagem na natureza no Brasil.
Rosaldo foi cuidado e ensinado por seu pai até os 54 dias de vida, quando partiu para suas próprias aventuras. Ao completar sete meses de vida encontrou uma parceira e foi morar no território em que vive até hoje, batizado em sua homenagem. Esse primeiro “casamento” durou quatro anos e gerou três filhotes. Sua esposa, já idosa, acabou morrendo no início de 2012.
Alguns meses depois, Rosaldo achou outro amor e formou uma família por mais de nove anos. O casal deu origem a outros oito filhotes. No entanto, em 2021, essa parceira de vida, que já completava 10 anos, também sumiu. A união com uma terceira parceira aconteceu ainda em 2021 mas não gerou descendentes, apesar das tentativas constantes. A troca de parceiros é comum para a espécie que vive em casais e as uniões duram a vida toda ou apenas um período, quando ocorre morte do parceiro ou mesmo “divórcios”.
O bicudinho-do-brejo habita uma região bem restrita: o sul do Paraná e o nordeste de Santa Catarina. O habitat dele se resume às áreas pantanosas, com capins altos, que ficam próximas da costa litorânea. (Da Redação)