Elas são as mamães do zoo

Por Beatriz Falcão

Com três meses de vida, o filhote de veado-catingueiro vive com a mãe

Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros preserva a vida de 290 espécies. Neste ano, quatro animais celebram, pela primeira vez, o Dia das Mães com os seus filhotes. Entre elas, está a mãe de Cacau, a macaquinha-aranha da espécie testa-branca, que nasceu em julho do ano passado.

O macaco-aranha-da-testa-branca é uma espécie nativa da Floresta Amazônica, que só é possível ser encontrada no Pará ou no Mato Grosso. No entanto, devido às caças e destruição das florestas, o primata está em perigo de extinção e se torna cada vez mais raro encontrá-lo. Neste cenário, a mãe desempenha um cenário fundamental: além de gerar a vida, também é responsável pela sobrevida de sua espécie.

A gestação dura, em média, de sete a oito meses, e os cuidados maternos se estendem por mais tempo. O biólogo Marcos Tokuda, responsável pelos mamíferos do zoológico municipal, explica que os filhotes, apesar de brincarem com outros macacos, são carregados somente pela mãe. “O pai atua mais na proteção, caso tenha alguma ameaça”, acrescenta o profissional.

Após o período de amamentação, o filhote é introduzido à alimentação baseada em frutas, folhagens e verduras.

Sauim-de-Coleira

Além da Cacau, o zoológico é casa de outros três filhotes de macacos. Dois são da espécie sauim-de-coleira, primatas de pequeno porte com caudas longas, que nasceram em março. O termo “coleira” em seu nome faz alusão à pelagem branca na metade superior do peito.

“Eles possuem comportamentos diurnos e se alimentam de frutas e insetos. A gestação dura, em média, de quatro a cinco meses”, conta Marcos. “E especificamente nessa espécie, os pais ajudam nos cuidados. A mãe carrega o filhote nos primeiros dias, mas depois o pai e os irmãos também podem (ajudar)”.

O pequeno sauim-de-coleira está em risco grave de extinção, tanto que já esteve entre os 25 primatas mais ameaçados do mundo. No Zoológico Municipal, para manter a espécie viva e numerosa, é feito o trabalho de conservação por meio da reprodução. A família começou com dois integrantes, a mãe e o pai, e hoje é formada por 10 macaquinhos.

Muriqui-do-Sul

Mona, uma macaca da espécie “muriqui-do-sul” de pelagem marrom-alaranjada, passa o dia todo com sua filha, de quatro meses, nos braços. Enquanto segura nas grades, a pequena encontra conforto em suas costas ou em sua barriga.

“A espécie é parente do macaco-aranha, portanto, seus hábitos alimentares e comportamentos são parecidos. A gestação também dura de sete a oito meses, e a mãe é responsável pelo bebê, enquanto o pai cuida da proteção”, relata o biólogo. “Já a alimentação é baseada em frutas, folhas e verduras”.

A espécie é nativa da Mata Atlântica, sendo encontrada em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e no sul de Minas Gerais, e está em perigo de extinção. No Brasil, apenas os zoológicos de Sorocaba, São Paulo e Curitiba preservam o animal.

Uma curiosidade sobre a espécie é o seu tamanho, o muriqui-do-sul é o maior primata das Américas. O macho pode medir de 55 a 78 centímetros e a fêmea de 46 a 63 centímetros, sem contar a cauda.

Veado-Catingueiro

O pequeno veado-catingueiro, de apenas três meses, vive no Quinzinho de Barros apenas com a sua mãe. Diferente dos primatas, o mamífero tem hábitos solitários.

“Na natureza, normalmente o macho encontra com a fêmea para reprodução, mas cada um tem o seu território”, explica Marcos. “No zoológico, o pai vive separado, pois pode apresentar comportamento agressivo. Então, o filhote é cuidado pela mãe”.

Apesar da espécie não estar em risco de extinção, o veado sofre com a perda do habitat natural devido à expansão de áreas urbanas e agrícolas. “Ataques de cães e atropelamentos são as ameaças mais comuns e, por isso, a preservação do mamífero é importante.”

O animal leva o nome de “catingueiro” em razão de seu cheiro forte e característico. Além disso, é uma das espécies de veado mais abundante no Brasil, bem adaptada aos bosques de eucaliptos, e podem ser encontradas em áreas naturais próximas às cidades.

Sobre o Zoológico Municipal

As mamães, os filhotes e outros mil animais podem ser visitados de terça-feira a domingo, das 9h às 17h. O Parque Zoológico Municipal “Quinzinho de Barros” está localizado na Vila Hortência, na rua Teodoro Kaisel, e os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria local.