Coraline está de volta

Por Cruzeiro do Sul

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Em 2017, Coraline nos despertou para uma questão intrigante: tudo acontece quando seu amigo Pedrinho pergunta se ela podia lhe emprestar o “lápis cor de pele”. A partir dessa pergunta, milhões de possibilidades surgem porque afinal de contas, qual seria a “cor de pele”?

O livro “A cor de Coraline” rodou o mundo, foi lido milhares de vezes, se tornou referência na questão racial, influenciou a indústria de lápis de cor, e virou até enredo de escola de samba (sem exageros, o livro foi inspiração para o samba enredo da escola de samba mirim Pimpolhos da Grande Rio)

Agora, Coraline vem para novamente nos fazer pensar, pensar sobre quanto o lugar que ocupamos no mundo e de onde viemos pode exigir de nós mais ou menos esforço para conquistar nossos objetivos.

A menina está participando de uma competição de natação na escola e olhando para os lados consegue enxergar como cada competidor tem suas particularidades, sua posição nas raias, e o quanto um simples lugar na piscina pode representar muita coisa. Com essa simples analogia, Coraline nos faz notar algumas nuances da desigualdade e dos privilégios que nos cercam por toda parte, fazendo com que alguns tenham que se dedicar em dobro para ser “melhor do que o melhor duas vezes”.

O autor, Alexandre Rampazo, que já foi amplamente premiado no Brasil e no mundo pelo seu trabalho impecável, traz mais uma história cheia de sensibilidade, matéria-prima de suas obras. Um lançamento da Rocquinho, selo infantil da Editora Rocco.

Vanessa Marconato Negrão, professora e sócia efetiva titular da Academia Sorocabana de Letras