Empinar pipa é legal, mas é preciso ter cuidado

Empinar pipa é uma brincadeira milenar, que nasceu na China Antiga por volta de 1200 a.C., e até hoje faz parte do nosso cotidiano. Feita de papel colorido e com uma estrutura de varetas, o brinquedo também é conhecido como papagaio e encanta desde os mais jovens até os mais velhos. Mas você sabia que para empinar pipa alguns cuidados são necessários?

O guarda civil Braz Maciel já passou por muitas escolas de Sorocaba ensinando as crianças sobre o uso correto das pipas. Para a diversão ser segura, os cuidados já começam com a escolha do material. Na hora de confeccionar o brinquedo de papel, a melhor linha é o barbante e o nylon, pois não são cortantes.

“Não há a necessidade do cerol para ser legal”, afirma Maciel. “(Se usar cerol) A brincadeira, inclusive, pode se transformar em perigo. Com um material cortante, a criança pode se machucar e também ferir outras pessoas. Além disso, a linha pode cortar a proteção dos cabos e trazer uma condução elétrica. É muito perigoso e, portanto, deve ser evitado”.

Por oferecer riscos à população, o uso do cerol ou cortante é proibido em Sorocaba pela Lei Nº8.471, publicada em 16 de maio de 2008, além de também estar presente no Artigo 132 do Código Penal. A multa, em caso de desobediência, é de R$ 2,3 mil, que equivale ao preço aproximado de 20 bonecas Barbie e de 115 carrinhos Hot Wheels. Para a conscientização, Maciel ainda pede ajuda das próprias crianças e dos pais dos pequenos.

“É importante compartilharmos essa informação com quem conhecemos. E se, por acaso, souber de alguém que fabrica ou vende esse tipo de linha proibido, avise a Guarda Civil Municipal (GCM) pelo número 156 ou 153. A sua ajuda é fundamental para a brincadeira ser mais divertida e segura”, finaliza.

Em qual local devo soltar pipa?

A escolha de um lugar adequado também é muito importante e, neste caso, o comandante Davi Dutra, da Guarda Civil Municipal, orienta lugares abertos, que não tenham fiação elétrica ou árvores.

“Outra dica importante são locais distantes de ruas movimentadas e do trânsito no geral. Às vezes, a criança está tão envolvida com a pipa e não percebe o seu entorno, pode sair correndo em direção dos carros e se colocar em perigo”, explica o comandante. “E também olhe no terreno antes para verificar se tem algum buraco ou objeto cortante, em um momento de distração pode tropeçar e acontecer um machucado mais sério”.

Em Sorocaba, os melhores lugares para empinar pipa são o Parque das Águas, localizado no Jardim Abaeté, e o Parque do Paço Municipal, no Alto da Boa Vista.

Brincando com Segurança

Para Kauã Henry Leme, de 13 anos, o mais divertido é olhar as pipas no céu, inclusive, foi vendo os seus amigos soltando que decidiu entrar na brincadeira também. O seu primeiro contato com o brinquedo colorido foi no ano passado e, desde então, desenvolveu uma paixão muito grande pelo passatempo.

“Eu tenho alguns cuidados para empinar pipa, por exemplo, não uso cerol, apenas nylon que não é cortante”, conta o jovem. As instruções foram passadas por sua mãe, Alessandra Gomes Almeida Leme, que também acompanha a brincadeira de perto. “Nós, eu e o meu marido, sempre estamos conversando com o Kauã sobre os cuidados necessários porque não é somente a vida dele, mas a do outro também”, afirma.

Em relação ao uso do cerol, Alessandra orienta a não usar, pois, além de ser proibido, não há justificativa. “Independente da situação, é melhor perder o pipa do que colocar a sua vida em risco. Nós podemos fazer um outro brinquedo e até mesmo comprar, não precisa se preocupar, o importante é brincar e aproveitar o momento, mas a segurança em primeiro lugar”, finaliza a mãe.

 

 Oficina ensinou a fazer o brinquedo

Aproximadamente 60 pessoas, de idades variadas, tiveram a oportunidade de participar, em agosto, de uma oficina gratuita de confecção de pipas, no Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU das Artes) “Prof. Flávio Vespasiano Di Giorgi”, localizado no Parque das Laranjeiras.

Realizada pela Prefeitura de Sorocaba, a oficina ensinou a confecção de alguns tipos de pipas e incentivou atividades que reunam famílias, amigos e alunos do CEU das Artes para uma atividade de lazer, de forma saudável e segura, sem utilização de cerol.

Esse tipo de iniciativa desenvolve, principalmente nas crianças, diferentes estímulos, como o sensorial, de cores, organização, higiene, além de promover a sociabilização, convivência, destreza e coordenação motora.

Papel, varetas e linha para a confecção das pipas foram cedidos pela organização do evento. Já para “soltar” a pipa, cada participante levou sua própria linha e carretel, lembrando que é proibida a utilização de linhas cortantes. (Da Redação)