Piquenique inclusivo reúne famílias que transbordam amor
3ª edição do Pic Nic Up reúne mais de 200 pessoas no Parque da Água Vermelha
Um dia de piquenique no parque pode proporcionar várias experiências: contato com a família, natureza, amigos, além de ter a chance de apreciar comidinhas ao ar livre. Mas para uma galerinha, estender a toalha no chão e passar algumas horas no Parque da Água Vermelha brincando, foi uma troca ainda maior. Com cerca de 200 pessoas, entre crianças e familiares, a 3ª edição do Pic Nic Up, da Geração Up, foi um sucesso. E quem comprova isso são os participantes.
“Esse ambiente de descontração, união e natureza nos fez muito bem. Sair do nosso cotidiano e poder partilhar experiências com famílias atípicas nos faz sentir especiais. Achamos incrível e inclusivo. É muito bom poder participar de algo junto a nossas crianças que não olham diferente para nós. Não vemos a hora de repetir”, disse Priscila Lima Gomes, de 29 anos, mãe de Elisa, portadora da T21 (síndrome de down), de quatro aninhos.
A dona de casa participou do evento pela primeira vez do ladinho da filha e, entre tantas atividades, o futebol foi o que a pequena Elisa Gomes mais amou. “As atividades em grupo são as preferidas dela”, conta a mãe entusiasmada .
Mas não foi só futebol que rolou, não. Contação de história, oficina de skate, pintura facial, escultura de balões, personagens vivos foram outras atrações que entreteve não apenas as crianças com T21, mas também os familiares.
Por falar em família...O Leonardo Augusto Silva Antunes, de sete anos, teve a presença de uma galera: tios, avós, primos, além dos papais Tânia e Felipe. Por ser uma criança com T21 e autismo, o Leo não fala, mas sua mamãe nos contou que a expressão de felicidade no rostinho dele em ver todos juntos foi indescritível. “Brincou tanto que ficou com as bochechas coradinhas. Ele aproveitou muito e Leozinho não perde um evento do Geração Up”, disse a farmacêutica.
Participando pela terceira vez do encontro, para ela o piquenique é um momento muito gostoso que passamos juntos em família e amigos e ainda proporcionando a socialização e das crianças. “A família é o elo que une ao sagrado, que são nossos filhos. A presença deles aquece nossos corações e fortalece laços”, complementou Tânia da Silva.
Como começou
A responsável por organizar o Pic Nic Up é a Lidiane Hessel. Nos últimos três anos, ao menos uma vez por semana, a psicopedagoga reúne as famílias que buscam trabalhar a inclusão de forma leve, proporcionando momentos em que deixam as crianças com deficiência, que possuem algum tipo de limitação ou têm a agenda corrida pelas terapias, a ter uma manhã livre, apenas sendo crianças. “Então convidamos todas elas (crianças) para brincarem juntas as nossas crianças com T21, assim, brincando juntas elas treinam para quando forem adultas conviverem no trabalho, na roda de amigos, nas festas”, explicou.
“Hoje muitos adultos não sabem como conviver, não sabem como agir quando chegam perto de alguém com deficiência porque nunca tiveram a oportunidade de estar perto, de brincar, de perguntar e entender, então o Pic Nic Up existe para isso, é lindo ver o quanto as crianças se entendem brincando mesmo que com suas diferenças”, complementou Lidiane.
Mas por trás de um único evento existe um projeto muito especial, o Geração Up. Fundado há seis anos, o principal objetivo é o de proporcionar troca de experiências, atividades e apoio aos pais de crianças com T21. Hoje, são mais de 81 famílias de Sorocaba na iniciativa.
Por que T21?
Notaram que ao longo da matéria usamos T21 em vez de, apenas, síndrome de down? Isso porque a maneira que é comumente chamada não é a mais correta. Com o tempo, “down” foi colocada com características negativas, como devagar, lerdo, entre outros, e isso não é legal, principalmente se usado para pessoas que não possuem a deficiência. Por isso, existe uma ação hoje para tentar mudar isso. Que tal fazer parte desse movimento?