Tenha pena de ter pena!
Crédito da foto: Divulgação
Peônia Brito de M. Pereira*
As aulas mal começaram e já temos um animado feriado pela frente: o Carnaval! Tem pessoas que aproveitam para descansar, passear ou viajar. E tem aquelas que adoram se fantasiar e “cair na folia”, brincando, dançando ou até mesmo desfilando nas escolas de samba. Se você já viu um desfile de Carnaval, seja ao vivo ou na TV, sabe que é lindo! Todas aquelas fantasias muito coloridas e penas para todos os lados. Mas você já parou para pensar de onde vem as penas que enfeitam as fantasias? Será que são penas de verdade? Bom, antigamente, as penas usadas no Carnaval eram todas de verdade. No mundo das aves, é comum que as penas caiam sozinhas, assim como às vezes caem nossos fios de cabelo. Mas para fazer fantasias de Carnaval, as penas que caem não são suficientes. Então algumas pessoas criavam aves para vender suas penas para os desfiles. Isso acontecia porque, naquela época, não havia como fazer penas artificiais. As fantasias ficavam bonitas, mas as aves sofriam, pois as penas usadas não eram as que caíam sozinhas e sim tinham que ser arrancadas. Se quando puxam um fiozinho do nosso cabelo já dói, imagina só que triste era para as aves terem suas penas tiradas? Hoje em dia, no entanto, já é possível encontrar penas artificiais (feitas de tecido ou outros materiais) que são tão lindas quanto as verdadeiras.
Você deve estar pensando que então ninguém mais usa pena de verdade, não é? A notícia triste é que, mesmo existindo as penas de mentira, ainda existem pessoas que preferem usar as penas de verdade nas fantasias. Dentre os animais que mais sofriam e ainda sofrem com a venda de suas penas estão os pavões, os avestruzes, os faisões e gansos. Mas então, o que podemos fazer para ajudar as aves? Antes de tudo podemos evitar comprar produtos que usem penas de verdade, sejam estes produtos fantasias de Carnaval ou não. Por exemplo, aqui no Brasil às vezes vemos pessoas vendendo artesanatos usando penas de aves ameaçadas de desaparecerem da natureza, como araras e papagaios. Não compre estes artesanatos! Outra coisa, se você for passear no Zoo, nunca tente arrancar uma pena de uma ave. E, mesmo se encontrar alguma pena caída no chão, não leve para casa, deixe onde encontrou. Assim você evita que outras pessoas fiquem com vontade de ter penas de verdade em casa. Por fim, passe adiante essa informação, para que outras pessoas também possam ajudar as aves! As aves agradecem e nós, do Zoo de Sorocaba, também!
Peônia Brito de M. Pereira é bióloga e técnica ambiental responsável pelo setor de Educação Ambiental do PZMQB