Gravidez mais segura
Pesquisadores brasileiros criam algoritmo que analisa líquido amniótico em apenas cinco segundos
Pesquisadores brasileiros do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) desenvolveram um algoritmo que analisa imagens de ressonância magnética com rapidez e precisão, o que pode ajudar médicos a detectar problemas na gestação.
Esse algoritmo consegue detectar em cinco segundos, com taxa de 93% de acerto, o que é o líquido amniótico, substância que envolve o bebê em desenvolvimento. Uma das funções do líquido amniótico é proteger o feto.
A quantidade de líquido amniótico pode interferir no desenvolvimento do feto. Um menor volume de líquido ou uma quantidade em excesso podem trazer dificuldades para a gestação, caso não sejam tratadas adequadamente.
“Ver a normalidade do líquido amniótico é muito importante porque ele reflete, primeiro, o bem estar do feto, e reflete também a possibilidade de algumas patologias”, disse Heron Werner, médico da rede de saúde integrada Dasa e um dos responsáveis pelo estudo.
Atualmente, a maneira como o volume do líquido amniótico é calculado é subjetiva. Quando um exame de ultrassom aponta algum problema para a gestação, os médicos solicitam um novo exame, uma ressonância magnética.
“A ressonância é um exame que a gente usa para ajudar na ultrassonografia quando o feto tem algum problema [identificado] no ultrassom. A vantagem da ressonância é que ela me dá uma visão do conteúdo uterino como um todo, que a ultrassonografia não consegue dar numa imagem só. Com ela consigo ter informação em cortes de todo o volume uterino. Além disso, o líquido amniótico tem um sinal muito aumentado na ressonância, o que o destaca do resto do conteúdo uterino, que seria o feto, placenta e cordão umbilical”, explicou Werner.
Após essa ressonância, o médico então começa a analisar as imagens. “Se eu quiser um cálculo de precisão, eu teria que pegar todos os cortes da ressonância, desenhar a área do liquido amniótico em cada corte e fazer o cálculo. E isso leva horas já que tenho em torno de 200 cortes em uma ressonância”, disse o médico.
“Em casos usuais, a maneira como é estimado o líquido amniótico é totalmente no olho. Ele [médico] olha na barriga, vê o tamanho da circunferência e decide se é pouco não. Poucos médicos fazem isso bem. E isso é perigoso justamente pelo fato de que essa quantidade de líquido é indicativa [de patologias]”, disse o pesquisador do Impa.
Com o desenvolvimento dessa inteligência artificial, desse algoritmo, esse processo fica mais rápido e eficiente. Por meio dela, essa estimativa de volume do líquido amniótico pode ser feita em cinco segundos. (Da Redação, com Agência Brasil)