Depressão poderá ser tratada sem uso de medicamentos
Método que utiliza eletromagnetismo está sendo desenvolvido por pesquisadores da USP
O Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) está desenvolvendo uma técnica para tratar a depressão sem a utilização de medicamentos.
A doença atinge cerca de 15% da população mundial. Aproximadamente 30% dos pacientes com depressão apresentam resistência ao tratamento, principalmente os idosos, que algumas vezes ainda sofrem os efeitos colaterais de remédios para outras enfermidades.
Especialistas veem a alternativa com otimismo. O neurocirurgião Fernando Gomes, por exemplo, lembrou que o tratamento clássico para a depressão envolve psicoterapia e a utilização de medicamentos para reequilibrar neurotransmissores, como a serotonina e dopamina, entre outros. “Mas também existe a utilização da eletricidade, como a eletroconvulsoterapia, usada para situações bastante graves”, explicou o médico.
Já a pesquisa da USP é baseada nos princípios do eletromagnetismo. “É uma forma mais tecnológica e avançada, que utiliza o princípio do magnetismo e da corrente elétrica: a estimulação magnética transcraniana, que consegue interferir no funcionamento dos neurônios”, disse o neurocirurgião.
“Através desse processo é possível interferir principalmente na região do córtex pré-frontal, que é a porção mais anterior do nosso cérebro e está envolvida no processo de memória, de atenção, planejamento e outros circuitos relacionados à depressão”, completou.
Segundo o médico, o estudo quer estimular o cérebro de pessoas com depressão utilizando uma bobina que gera um campo eletromagnético em regiões específicas relacionadas à doença. “Esses neurônios são influenciados e sua própria reconexão e funcionamento normal são estimulados para que o indivíduo possa sair do estado de depressão.” (Da Redação, com informações da USP)