Órgão teme que inteligência artificial leve a erros médicos

Por Cruzeiro do Sul

A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou ontem (16), um comunicado que pede cautela no uso de inteligência artificial “para proteger e promover o bem-estar, a segurança e a autonomia humanas e preservar a saúde pública”. Na avaliação da OMS, falta a preocupação comum à inserção de tecnologias em saúde.

“A adoção precipitada de sistemas não testados pode levar a erros por parte dos profissionais de saúde, causar danos aos pacientes, minar a confiança na IA e, assim, minar (ou atrasar) os potenciais benefícios e usos de longo prazo de tais tecnologias em todo o mundo”, diz o comunicado.

A organização se diz preocupada com a possibilidade de treinamento das IAs com dados tendenciosos, geração de respostas incorretas que parecem verdadeiras e possível estímulo à desinformação. A OMS recomendou que formuladores de políticas se dediquem a garantir a segurança e a proteção do paciente enquanto as empresas de tecnologia trabalham para comercializar as tecnologias.

Segundo a OMS, os modelos de linguagem (LLMs, em inglês) gerados por inteligência artificial, como a que compõe o ChatGPT, tentam imitar a compreensão, o processamento e a produção da comunicação humana. A “difusão pública meteórica” e o “crescente uso experimental para fins relacionados à saúde estão gerando um entusiasmo significativo”, avalia.

A OMS também se diz “entusiasmada” com o uso apropriado de tecnologias, incluindo LLMs, para apoiar profissionais de saúde, mas diz estar preocupada “de que o cuidado que normalmente seria exercido para qualquer nova tecnologia não esteja sendo exercido de forma consistente com as LLMs”. De acordo com a agência, é imperativo que os riscos da adesão dessas tecnologias sejam cuidadosamente avaliados. (Estadão Conteúdo)