Bull terrier é eleito ‘pet do ano’ na Inglaterra por ajudar em ansiedade

Amee Tomkins, de 33 anos, moradora de Milton Keynes, uma cidade do sudeste da Inglaterra, tem autismo e um longo histórico de ansiedade

Por Cruzeiro do Sul

Ammy Tomkins e a cachorra Belle logo após o parto de Olly no hospital Milton Keynes

Um cachorro da raça Staffordshire Bull Terrier, de 2 anos, recebeu no Reino Unido o reconhecimento do “Pet Of The Year” (pet do ano, em tradução livre) depois de transformar a vida de sua tutora, ajudando-a a enfrentar uma ansiedade incapacitante que impediu que ela saísse de casa durante sete anos.

Amee Tomkins, de 33 anos, moradora de Milton Keynes, uma cidade do sudeste da Inglaterra, tem autismo e um longo histórico de ansiedade. “Eu não saía de casa por meses, nem mesmo para ir às compras ou consultas médicas”, disse Amee. “Eu tentava ir, mas quando chegava à porta, simplesmente não conseguia”, relatou ao portal Vets Now, responsável pela premiação pet.

Ela pegou a Belle quando filhote. Com a chegada do cachorro, descobriu que podia, progressivamente, sair passear com o cão. Ao notar o potencial de Belle, procurou um especialista em comportamento animal para treiná-la como um cachorro assistencial.

Foi a partir disso que, pela primeira vez em cerca de sete anos, Amee conseguiu ir a lugares como cinema, teatro e restaurantes, além de fazer compras. O bull terrier, inclusive, intervém quando o TOC de Amee dificulta as compras ao tocar seu cartão bancário na máquina para pagar. “Ela pega meu cartão para pagar no caixa e entrega o dinheiro que eu dou a ela, se necessário”, conta a tutora.

“Se ela sentir que estou ficando ansiosa, ela pulará e colocará a cabeça em mim para me esfregar, o que é realmente calmante”, relata. “Ela me deixa de castigo para que eu possa respirar e seguir em frente. E se eu tiver um ataque de pânico, sei que ela encontrará a saída mais próxima e me tirará da loja.”

A companhia do cachorro, inclusive, foi um fator decisivo para Amee ganhar confiança e enfrentar um tratamento de fertilidade. Amee acabou engravidando do seu filho, Olly, e Belle, inclusive, foi a primeira cachorra admitida na ala de parto do hospital universitário Milton Keynes, quando Amee e seu parceiro Paul deram as boas-vindas ao bebê, em maio deste ano.

Belle também é uma cadela de terapia da instituição de caridade Canine Concern e faz parte de um programa semanal Bark to Read em uma escola primária local, além de frequentar uma biblioteca infantil durante as férias. “Ela abriu o mundo inteiro para mim, deixou-me ser mãe e devo muito a ela”, afirma a tutora. (Estadão Conteúdo)