994 cidades brasileiras têm risco de surto de dengue

Por

Bairros com maior incidência de casos receberam arrastão no sábado. Crédito da foto: Emidio Marques / Arquivo JCS (27/4/2019)

Ministério da Saúde alertou sobre alto índice de infestação pelo mosquito vetor no país. Crédito da foto: Rafael Neddermeyer / Fotos Públicas

Um total de 994 municípios brasileiros apresenta alto índice de infestação pelo mosquito Aedes aegypti e pode registrar surtos de dengue, zika e chikungunya. O número, de acordo com informações do Ministério da Saúde, representa 20% das 5.214 cidades que realizaram algum tipo de estudo que classifica o risco do aumento de doenças causadas pelo vetor.

O primeiro Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) de 2019 revela que a incidência de casos de dengue no país entre janeiro e março subiu 339,9% em relação ao mesmo período de 2018. Além da situação de risco, o estudo identificou 2.160 municípios em situação de alerta e 1.804 com índices considerados satisfatórios.

O LIRAa é classificado pelo Ministério da Saúde como um instrumento fundamental para o controle do vetor e de doenças transmitidas por ele. Com base nas informações coletadas, o gestor pode identificar os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de criadouro predominante. O objetivo do levantamento é permitir que os municípios tenham melhores condições de fazer o planejamento das ações de combate e controle do mosquito.

O ministério alertou ontem, em Brasília, para a necessidade de fortalecer ações de combate ao mosquito, mas avaliou que, mesmo com o aumento de casos de dengue, a taxa de incidência está dentro do esperado para o período e o país não está em situação de epidemia. O Ministério da Saúde admite, entretanto, que podem haver epidemias localizadas de dengue em alguns municípios.

Criadouros

O armazenamento de água no nível do solo (armazenamento doméstico), como em toneis e barris, foi o principal tipo de criadouro identificado no país, seguido por depósitos móveis, caracterizados por vasos e frascos com água, pratos e garrafas retornáveis. Por último, estão os depósitos encontrados em lixo, como recipientes plásticos, garrafas PET, latas, sucatas e entulhos de construção.

Dengue

Até 13 de abril de 2019, foram registrados 451.685 casos prováveis de dengue no Brasil contra 102.681 casos no ano passado. A incidência, que considera a proporção de casos em relação ao número de habitantes, tem taxa de 216,6 casos para cada 100 mil habitantes. O número de óbitos pela doença também teve aumento, de 186,3%, passando de 66 para 123 mortes.

Zika

Foram registrados ainda 3.085 casos de zika, com incidência de 1,5 caso para cada 100 mil habitantes. Em 2018, no mesmo período, foram identificados 3.001 casos prováveis da doença. Não há óbitos por zika contabilizados em 2019.

Chikungunya

Também houve 24.120 casos de chikungunya, com uma incidência de 11,6 casos para cada 100 mil habitantes. Em 2018, foram 37.874 casos, uma redução de 36,3%. Em 2019, não foram confirmados óbitos por Chikungunya no país.

Sorocaba contabiliza 426 casos já confirmados

Bairros com maior incidência de casos receberam arrastão no sábado. Crédito da foto: Emidio Marques / Arquivo JCS (27/4/2019)

Sorocaba tem 426 casos confirmados de dengue (379 autóctones e 46 importados) em 2019. A informação foi divulgada sexta-feira (30) pela Secretaria de Saúde (SES), por meio da Vigilância em Saúde. A cidade conta também com 31 de chikungunya (29 autóctones e 2 importados) e um caso importado de febre amarela, cuja pessoa foi infectada em Cajati, no interior de São Paulo.

Segundo a Prefeitura, os casos estão mais concentrados na zona norte de Sorocaba, em especial na região do bairro Nova Sorocaba. As áreas dos bairros Maria Eugênia, Nova Esperança e São Bento apresentaram aumento do número de casos na última semana.

Devido ao momento epidêmico, a SES realizou no último sábado (27) o 2º Dia D, intensificando ações de rotina das equipes de zoonoses em parceria com equipes das 32 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), no combate ao Aedes aegypti. Foram realizadas visitas em 11.202 imóveis de todas as áreas do município, sendo feito vistoria e orientação. Também foram removidos 1.710 quilos de potenciais criadouros do mosquito nos bairros Parque São Bento e Nova Sorocaba.

A Secretaria de Saúde informa que denúncias de criadouros do Aedes aegypti devem ser feitas por meio do canal 156 ou pelo site da Prefeitura ou ainda em uma das unidades da Casa do Cidadão. Também é possível registrar a ocorrência pelo WhatsApp da Ouvidoria Geral do Município através do número (15) 99129-2426, das 8h às 17h. Em seguida, uma equipe técnica vai ao local e faz a inspeção da área para tomar as devidas providências. (Da Redação, com informações da Agência Brasil e Secom Sorocaba)