O Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio

Com maior delegação, missão no Japão é se manter no top 10 das potências mundiais

Por Cruzeiro do Sul

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) anunciou ontem (6), a convocação da delegação que representará o Brasil, em agosto, nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, no Japão. Esta é a maior delegação já convocada para uma edição dos Jogos fora do Brasil.

A delegação brasileira será composta por 253 atletas (incluindo atletas sem deficiência como guias, calheiros, goleiros e timoneiro), sendo 159 homens e 94 mulheres, além de comissão técnica, médica e administrativa, totalizando 422 pessoas, que vão competir em 22 modalidades.

Jamais uma missão brasileira no exterior teve tamanha proporção. Na última edição fora do Brasil, em Londres 2012, o Brasil compareceu com 178 atletas, até então a maior. O número para a capital japonesa só é superado pela participação nos Jogos Rio 2016, já que o Brasil garantiu vagas em todas as modalidades, por ser país sede, e contou 286 atletas no total.

Em seu Planejamento Estratégico, o CPB estabeleceu como meta manter-se entre as dez principais potências do planeta nos Jogos Paralímpicos. Além disso, metas de participação feminina também foi estabelecida: 38%. Em Tóquio, a delegação terá 93 atletas mulheres com deficiência, o que representa 40% da equipe nacional.

Os Jogos de Tóquio também reservam a possibilidade de conquista da centésima medalha dourada paralímpica. Atualmente, o Brasil contabiliza 87 medalhas de ouro.

Atletas de 22 estados e do Distrito Federal em 20 modalidades, exceto basquete em cadeira de rodas e rúgbi em cadeira de rodas, representarão o Brasil no Japão. Atletas nascidos no estado de São Paulo são maioria, com 60 representantes. Os naturais do estado do Rio de Janeiro vêm em seguida, com 24. Não há representantes provenientes de Amapá, Sergipe, Roraima e Tocantins.

“Foi muito trabalho, muito esforço, suor, muita superação. Vivemos um momento sem precedentes na história. Estávamos todos preparados há um ano quando surgiu a pandemia e o sonho dos atletas foi adiado. A pandemia ainda continua, porém, esperamos que esteja rumando para o seu final e que os Jogos Paralímpicos sejam uma grande alavanca e representem uma recuperação dos nossos povos, já que o esporte significa resiliência e autoestima”, declarou Mizael Conrado, bicampeão paralímpico de futebol de cinco (Atenas 2004 e Pequim 2008) e presidente do CPB.

A modalidade com o maior número de atletas será o atletismo com 64 representantes e 18 atletas-guia. Na última edição do Mundial da modalidade, em 2019, o Brasil alcançou o inédito e histórico segundo lugar no quadro geral de medalhas e todos os 13 campeões mundiais viajarão para os Jogos de Tóquio.

A natação será a segunda modalidade com o maior número de representantes, com 35 nadadores. No Mundial de Londres 2019, o Brasil ficou em 11º lugar com 17 medalhas, sendo cinco de ouro. O multimedalhista Daniel Dias, maior medalhista paralímpico brasileiro com 24 láureas, participará pela última vez de uma edição dos Jogos Paralímpicos.

Veja a relação completa de modalidades e número de participantes, incluindo: atletas, comissão técnica e auxiliares.

Denis Deli é jornalista e palestrante, especializado na inclusão da pessoa com deficiência.