Agressividade não nasce com os cães
Veterinária afirma que animais agressivos são resultado de criação e comportamentos inadequados dos tutores
Ao contrário do que muitos pensam, animais não nascem agressivos. O comportamento bastante temido por todos é um ato de defesa, reflexo de algum episódio traumático em que ele já passou. Para que a convivência seja tranquila, é preciso adestrar da forma correta e, quando ele já apresenta episódios agressivos, é possível reverter a situação.
Os cães normalmente expressam em seu comportamento a forma como eles são criados, e até mesmo o ambiente que ele cresceu, explica Bruna Guerbas, médica veterinária. “São inúmeros os fatores que podem ser levados em conta ao identificar um cão agressivo. Tutor agressivo, crescer com outros animais agressivos, estresse, maus tratos são algumas causas óbvias”, explica.
Existem outros fatores que geram estresse e podem explicar o comportamento indesejado. O especialista exemplifica e cita cães que têm muita energia e são criados presos, em um espaço pequeno ou em canil. Cães presos a correntes e criados em ambientes sujos, também tendem a ficar mais agressivos.
Um especialista em comportamento canino e adestramento pode ajudar bastante a resolver problemas já existentes de agressividade.
Guerbas explica que muitos tutores criam seus cães para serem agressivos, muitas vezes para ter uma proteção em casa. No entanto, “ter um cão bravo é diferente de ter um cão que responda aos seus comandos, e o treinamento errado pode causar acidentes domésticos”, alerta.
A educação deve ser firme, não agressiva e o tutor deve chamar atenção de forma coerente. Para condicionar um comportamento tranquilo, a veterinária lista algumas tarefas simples que mudam a vida do cachorro: Interagir o cachorro com outras pessoas e outros animais desde filhotes; oferecer passeios rotineiramente; gastar energia do cachorro de diversas formas; corrigir de forma firme, mas nunca agredindo.
A médica-veterinária afirma não ser regra que algumas raças são mais agressivas do que outras. “Existem raças com instinto de guarda e isso vem desde sua criação de outras décadas. Cada cão foi geneticamente selecionado para uma função e, antigamente, os cães eram usados para o trabalho. Hoje eles são membros da família”, acrescenta.
Raças como rottweiler, pastor alemão, doberman, fila brasileiro, dogue alemão, chow chow, entre outras, têm instinto muito forte de proteção. Por isso, se não são socializados corretamente, vão agir em defesa de seus donos e de si mesmo.
Para filhotes, a paciência no adestramento evita que ele cresça agressivo. Para os já crescidos, a paciência também entra em ação. Identificar os gatilhos e tratar de forma adequada pode reverter o quadro de agressividade. Em ambos os casos a ferramenta é a mesma: dar muito amor e carinho para o seu melhor amigo. (Da Redação com Portal Melhores Amigos)