Um santuário no coração de Minas

Antigo seminário reúne belezas naturais, história e deliciosa gastronomia

Por Cruzeiro do Sul

A cascata é formada uma série de quatro quedas d’água

O turismo de experiência pode ser vivenciado em um destino nada comum em Minas Gerais. Localizado a 120 Km de Belo Horizonte, encravado entre os municípios de Catas Altas e Santa Bárbara, o Santuário do Caraça vai muito além de uma imersão na natureza ou na história do lugar. Também há uma atmosfera de espiritualidade, que traz muita paz e, ainda, uma gastronomia que só se encontra lá.

O turista pode desfrutar de momentos únicos começando pelas trilhas da Serra do Espinhaço -- aliás o termo “caraça” vem do formato de uma grande cara no topo das montanhas que se vê ao fundo do santuário.

Nesse cenário, as caminhadas levam o visitante a oásis de descanso e contemplação, onde rios de águas cristalinas e cachoeiras que desaguam em piscinas naturais são um convite para se refrescar.

“Somos sinônimo de tranquilidade. Nossos 12.500 hectares de Mata Atlântica, Campos Rupestres e Cerrado proporcionam passeios em diversas trilhas, das mais curtas até as que levam horas de caminhada, passando por belas paisagens e cachoeiras. Lembrando que, durante as caminhadas, os visitantes podem contemplar as maravilhas da biodiversidade caracense, que abriga espécies da flora endêmicas, algumas ameaçadas de extinção”, comenta Márcio Mol, gerente-geral do Santuário do Caraça.

A área do Caraça tem uma enorme diversidade de fauna e flora, com raridades de animais e plantas. São 386 espécies de aves, 42 espécies de répteis, 12 de peixes e 76 de mamíferos, segundo o levantamento de biólogos. E uma das atrações do lugar é a chamada “hora do lobo”, quando se pode observar lobos-guarás que vêm comer na escadaria do santuário. Para os hóspedes, é mais um show da natureza.

A Reserva Particular do Patrimônio Natural do Santuário do Caraça faz parte de duas importantes reservas ecológicas, as Reservas da Biosfera da Serra do Espinhaço Sul e a da Mata Atlântica. Algumas espécimes só são encontradas no Complexo do Santuário do Caraça.

O território do Complexo do Caraça integra a Área de Proteção Ambiental ao Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde começam duas grandes bacias hidrográficas, dos rios São Francisco e Doce, que abastecem aproximadamente 70% da população de BH e 50% da população de sua região metropolitana.

Em suas serras há nascentes, ribeirões e lagos que possuem águas de coloração escura, que carreiam material orgânico em suspensão. O clima apresenta baixas temperaturas e elevada umidade do ar, comuns em ambientes de mata.

Um passeio imperdível é até a Cascatinha, formada por quatro quedas-d’água e quatro piscinas naturais, das quais duas são permitidas para banho. Fica a dois quilômetros do santuário, por uma trilha de fácil acesso.

História e cultura

Segundo o gerente Márcio Mol, outro atrativo para os visitantes é a possibilidade de ter contato com lugares e objetos de grande valor histórico. “A nossa biblioteca hoje está instalada no prédio onde funcionava o colégio. O museu, com mobiliário e artefatos diversos de uso diário, pertencentes ao próprio santuário e com algumas peças remanescentes de séculos passados, constitui um interessante lugar de visitação, diariamente procurado pelos hóspedes e visitantes, através de percursos guiados pelos monitores ou por conta própria. E a igreja também é uma atração à parte, pois carrega curiosidades interessantes em sua estrutura, como sendo a primeira igreja neogótica do Brasil, construída sem mão de obra escrava e toda com material regional: pedra-sabão, mármore e quartzito, unidas com produtos de base de cal, pó de pedra e óleo”, comenta o gerente.

A história do Caraça começou por volta de 1770, quando o Irmão Lourenço de Nossa Senhora iniciou a construção da hospedaria para acolher peregrinos, e uma capela barroca dedicada a Nossa Senhora Mãe dos Homens. Posteriormente, a instituição transformou-se em colégio e seminário. Hoje, o lugar mantém a sua essência, proporcionando às pessoas a chance de interagir com essa rica história.O complexo é tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e Estadual. Foi escolhido como uma das 7 Maravilhas da Estrada Real.

O Santuário do Caraça oferece hospedagem em 54 apartamentos, com capacidade para até 230 pessoas hospedadas, e a Fazenda do Engenho, com mais 26 apartamentos.


Gastronomia

O visitante pode saborear bolos, pães, doces, queijos e conhecer como são feitas as maravilhas da gastronomia da região. Que tal um Pudim de Gabinete? É uma receita antiga do santuário. Leva biscoitos tipo champanhe, doce de cidra, de banana, mamão em calda, entre outros ingredientes. O nome vem do armário (gabinete) onde se guardavam doces quando não existiam geladeiras.

O turista pode ainda se deliciar com o brocojó, um pão doce de farinha de trigo assado com uma fava de feijão dentro. Uma antiga brincadeira para ver quem iria achar o prêmio e se tornar o “rei”. O visitante também pode experimentar o pão de ora-pro-nóbis, queijos da Fazenda do Engenho, biscoitos de maracujá, rosquinhas de nata e os tradicionais pães de queijo.


Como chegar

A estrada de acesso ao Santuário do Caraça é asfaltada, com fácil acesso pela BR-381 e MG-436, ou de trem de Belo Horizonte, com desembarque na Estação Dois Irmãos, em Barão de Cocais, onde há opções de táxis para o transporte ao destino.

O santuário fica na estrada do Caraça, km 9, entre os municípios de Catas Altas e Santa Bárbara. Mais informações sobre o destino e opções de hospedagens podem ser obtidas em www.santuariodocaraca.com.br. (Da Redação, com informações de @sigaomapa.blog)

SERVIÇO

Taxa de entrada: R$ 20 (em dias de semana)
Finais de semana, feriados e datas comemorativas: R$ 30 (por pessoa)
Idosos: 50% de desconto
Entrada gratuita na 1ª quarta-feira de cada mês (mediante agendamento)