Brasil testa embarque aéreo 100% digital
O governo federal iniciou na semana passada os testes de embarque aéreo 100% digital, no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. O sistema funciona a partir do uso de reconhecimento facial e sem apresentação de cartão de embarque ou documento de identificação. O projeto piloto Embarque + Seguro, criado pela Secretaria Nacional de Aviação Civil do Ministério da Infraestrutura e desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) objetiva tornar mais ágil, seguro e eficiente o processo de embarque nos aeroportos, reduzindo, inclusive, a exposição ao novo coronavírus.
De acordo com a Infraero, que administra o terminal aeroportuário, essa ferramenta já era oferecida no mercado mundial e agora chega ao Brasil, mas com o diferencial de contar com tecnologia do Serpro, que usa uma base de dados unificada, capaz de checar e validar, em poucos segundos, a identidade do passageiro.
Após a aprovação do projeto piloto do Embarque +Seguro, o governo federal pretende dar continuidade ao processo visando a implantação da tecnologia nos principais aeroportos do País.
Os testes no Santos Dumont devem continuar até o segundo trimestre deste ano, informou o Ministério da Infraestrutura. Nas próximas semanas, devem ocorrer testes semelhantes no Aeroporto de São Paulo-Congonhas (CGH) e no Aeroporto Internacional de Confins, em Minas Gerais. A ideia é concluir o processo até junho.
Checagem
O superintendente de Gestão da Operação da Infraero, Paulo Eduardo Cavalcante, explicou que o Embarque +Seguro no Santos Dumont permitirá o ingresso da unidade aeroportuária em um grupo de aeroportos que utilizam a tecnologia para agilizar processos de embarque e garantir segurança nos controles exigidos pelo transporte aéreo.
“No presente caso, por exemplo, o tempo de checagem, por passageiro, com a nova ferramenta, é de aproximadamente dois segundos. Além disso, uma das grandes vantagens é a dispensa da necessidade de manuseio de papéis e documentos, uma medida alinhada às melhores práticas de combate à Covid-19 e que a Infraero já vem adotando em seus aeroportos”, disse.
Como funciona
Para o projeto Embarque +Seguro, o Serpro desenvolveu um aplicativo que permite às empresas aéreas efetuarem o cadastro do nome, CPF e foto do passageiro, na hora do check-in. Esses dados, porém, só poderão ser registrados e usados com o consentimento do viajante, que dará a autorização por meio de mensagem no celular no momento do check-in. Uma vez autorizados, os dados coletados pela empresa aérea são conferidos no banco de dados governamental, garantindo precisão e segurança ao processo.
Ao fazer o check-in, o passageiro recebe, no celular, uma mensagem de texto pedindo autorização para a coleta de uma foto. Após o consentimento, a imagem é conferida com a que já existe nas bases de dados governamentais. Uma vez ocorrendo a validação, o passageiro fica liberado para ingressar na sala de embarque e na aeronave por meio dos pontos de controle biométrico, que farão a identificação com o uso de câmeras, dispensando a apresentação de documento com foto e de cartão de embarque.
A tecnologia está em testes também nos aeroportos de Florianópolis e Salvador desde o ano passado, mas não é 100% digital, como no Santos Dumont, e exige bilhete aéreo. (Da Redação, com Agência Brasil)