Cientista formado na Uniso ganha novos prêmios

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Gustavo Varca, cientista formado na Uniso, hoje atua nos EUA. Crédito da foto: Divulgação

Gustavo Varca, cientista formado na Uniso, hoje atua nos EUA. Crédito da foto: Divulgação

Gustavo Henrique Costa Varca, 33 anos, cientista sorocabano que hoje atua nos Estados Unidos, acaba de ganhar três novos prêmios, somando-se a uma carreira já consagrada no Brasil e no exterior no campo da pesquisa. E o gosto pela ciência surgiu dentro da Universidade de Sorocaba (Uniso), já que desde o primeiro ano do curso de Farmácia, em 2004, ingressou no Programa de Iniciação Científica para não mais abandonar esse universo fascinante. Hoje, seus trabalhos mais reconhecidos se referem ao uso da nanotecnologia na detecção e tratamento do câncer, dentre outros sistemas avançados para liberação de drogas.

No último mês de agosto, Gustavo Varca recebeu um Prêmio de Inovação Tecnológica do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN-CNEN/SP). O reconhecimento refere-se a atividades de pesquisa desenvolvidas pelo grupo que Varca liderava no Brasil, sob a supervisão do professor doutor Ademar B. Lugão. O trabalho desenvolvido pelo grupo é relacionado a novos nanoradiofármacos (uso da nanotecnologia para detecção de câncer).

A autoria dessa nova tecnologia é do grupo liderado por Gustavo Varca, sendo totalmente desenvolvida no Brasil (incluindo as patentes). Segundo o cientista, até o momento, esse trabalho rendeu cerca de 10 artigos científicos internacionais, três patentes e seis prêmios internacionais nos últimos cinco anos.

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Essa mesma pesquisa fez o grupo receber, em setembro passado, uma Menção Honrosa da Sociedade Polonesa de Radiação (em memória a Marie Curie, cientista polonesa e primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel de Física). O órgão da Polônia reconheceu a contribuição do grupo de brasileiros no avanço da tecnologia das radiações e sonoquímica, tomando como base as publicações relacionadas aos nanoradiofármacos e nanopartículas obtidas por radiação. “Esse prêmio é dado a cada três anos e somos o único grupo a ganhar duas edições, e de forma consecutiva, em 2016 e 2019”, afirmou o doutor Varca.

Já no mês de outubro, foi a Sociedade Latino-Americana de Biomateriais e Órgãos Artificiais (SLABO) a conceder uma Menção Honrosa ao pesquisador brasileiro e seus colaboradores, desta vez, em razão de outro trabalho desenvolvido na área de nanotecnologia e tecnologia nuclear.

Trajetória de sucesso

Gustavo Varca atua hoje como cientista e gerente de desenvolvimento de novas aplicações (Principal Scientist/Manager of New Applications Development), na empresa E-BEAM Services, Inc., em Nova Jersey, Estados Unidos. Ele trabalha com pesquisa aplicada, mais especificamente, com esterilização, modificação e desenvolvimento de biomateriais, fármacos, medicamentos e produtos relacionados, utilizando irradiação por feixe de elétrons (eletron beam technology). É ainda editor-científico e consultor internacional, para Américas e Europa, na mesma área de atuação e também no que diz respeito ao desenvolvimento de novo materiais e tecnologias.

E toda essa trajetória teve início no curso de Farmácia da Uniso. Ainda no primeiro ano, aderiu ao Programa de Iniciação Científica e não parou mais. “Existem universidades que até dão as bolsas de estudos para a iniciação científica, mas não oferecem condições para pesquisa. A Uniso sempre ofereceu condições para o desenvolvimento das pesquisas com orçamento para aquisição dos materiais necessários, além de oferecer corpo docente de excelência”, destacou o doutor Varca ao elogiar a postura da Universidade de Sorocaba. “Durante as minhas férias na graduação da Uniso, aproveitava para realizar experimentos no Laboratório de Farmacotécnica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, porque as escolas eram parceiras na pesquisa”, conta.

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Com menos de 23 anos e ainda sem concluir a graduação, Varca foi orientado por pesquisadores do IPEN a escrever um projeto para a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla em inglês), sediada na sede da ONU, na Áustria. Único projeto brasileiro aprovado entre os 15 classificados naquele ano para receber apoio financeiro, esse foi o ponto de partida para o início de seu Doutorado, sendo aceito diretamente sem ter de passar pelo Mestrado e com bolsa da Fapesp. Aos 28 anos já era doutor.

Logo depois, apresentou novo projeto para a IAEA, com nova classificação entre os 16 escolhidos no mundo, tendo conseguido outro financiamento para pesquisa e nova bolsa da Fapesp. O resultado foi a defesa de seu primeiro pós-doutorado, concluído dias antes de completar 30 anos de idade. Hoje, aos 33 anos, já são dois pós-doutorados concluídos e inúmeros reconhecimentos no campo científico, como um prêmio concedido em 2012 pela Associação Internacional de Irradiação (IIA, na sigla em inglês), além das duas menções honrosas na Polônia, e outros diversos prêmios obtidos ao longo da carreira, como citado no início do texto. (Texto: Armando Rucci Filho)