Comédia e suspense são as últimas estreias do ano nos cinemas
Em formato de conto de Natal, “Era uma vez Deadpool” abusa da metalinguagem e é “para toda a família”. Crédito da foto: Divulgação
Misto de comédia com ação, “Era uma vez Deadpool” e o suspense “Um homem comum” são as últimas novidades de 2018 nas salas de cinema de Sorocaba, juntando-se a “Bumblebee”, novo título da franquia de ficção científica “Transformers”, e a comédia nacional “Minha vida em Marte”, sequência de “Os homens são de Marte e é pra lá que eu vou”, que tiveram suas estreias antecipadas para a última terça-feira (25), em virtude do Natal.
O novo título do anti-herói Deadpool chega hoje às telonas, mas com poucos detalhes revelados, já que, como estratégia de lançamento mundial, divulgações de críticas estavam embargadas até os próximos dias, a pedido dos produtores.
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Em sua sinopse oficial, “Era uma vez Deadpool” é definido como uma prova de que “Deadpool 2” (que teve classificação indicativa de 16 anos no Brasil e de 18 em algumas partes do mundo), “é um filme para toda a família”. Na nova versão, o protagonista Wade Wilson (Ryan Reynolds) limpa todos os palavrões e sangue da narrativa e sequestra o ator e diretor Fred Savage para reencenar “A princesa prometida”. Sem poder se desvencilhar das amarras, Savage é obrigado a ouvir o “conto de fadas” do Mercenário Tagarela, incluindo sua luta com Cable (Josh Brolin) e a formação da X-Force.
Apesar de todo o sigilo guardado, o longa já foi assistido por Rob Liefeld, criador da história em quadrinho da Marvel Comics. Em um post em seu perfil oficial do Instagram, Liefeld elogia a versão para menores de idade e garante que não é uma simples versão recortada de Deadpool 2. “Eu não tinha ideia do que a experiência seria, mas eu saí de lá com alguns dos momentos mais engraçados e polêmicos; Histérico! É uma grande conquista! Inspirador! Fred Savage vs Deadpool é uma diversão para toda a família!”, escreveu Liefeld.
Em formato de conto de Natal, “Era uma vez Deadpool” abusa da metalinguagem e é narrado pelo mercenário ao ator Fred Savage. O filme deve mesclar essa interação com as cenas já conferidas na primeira versão para os cinemas. “Deadpool 2” estreou em maio deste ano e arrecadou cerca de U$ 734,2 milhões nas bilheterias mundiais, ficando um pouco abaixo do primeiro filme da franquia, lançado em 2016.
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Filme de arte
Em “Um homem comum”, um criminoso de guerra passa sua vida fugindo das autoridades e acaba conhecendo o amor. Crédito da foto: Divulgação
Outra novidade, em cartaz apenas na sala 7 do Cineplay Sorocaba, voltado a exibição de filmes de arte, é o suspense “Um homem comum”, de Brad Silberling (“Cidade dos anjos”). Na trama, um conhecido criminoso de guerra passa sua vida fugindo das autoridades internacionais. Quando ele é deslocado para um novo esconderijo, começa a se relacionar com sua empregada Tanja, e descobre que ela é, na verdade, uma agente contratada para protegê-lo. Co-produção entre Estados Unidos e Sérvia, o longa se destaca pelas atuações convincentes de Ben Kingsley e Hera Hilmar. “Um dos trunfos deste drama é justamente explorar, no desenho do protagonista, o contraste entre a energia que ele mantém acesa e o ocaso inevitável que se aproxima”, diz Sérgio Rizzo, do jornal O Globo.
As duas estreias mencionadas juntam-se a “Bumblebee”, spin-off da franquia “Transformers”. Ambientado em 1987, o longa gira em torno da origem do gigante robô alienígena. Um velho Fusca amarelo é encontrado em um ferro-velho em pedaços e consertado pela jovem Charlie, às vésperas de completar 18 anos. Quando Bee ganha vida, ela nota que seu novo amigo é muito mais do que um simples automóvel. A direção é de Travis Knight e o elenco conta ainda com John Cena, Jorge Lendeborg Jr. e Stephen e Schneider.
O produtor do longa, Lorenzo Di Bonaventura, esteve em São Paulo no início deste mês para promover o longa na CCXP e destacou que a gênese de “Bumblebee” é muito anterior ao feminismo -- o empoderamento -- que, em nome da correção política, tomou conta da produção recente de Hollywood. Ele reconhece que o universo de “Transformers” sempre foi considerado muito masculino, até machista, mas o novo longa inverte o ponto de vista ao fazer um “resgate histórico”.
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Segundo ele, tudo começou há três anos com o produtor executivo Steven Spielberg. “Como ‘Bumblebee’ é uma pré-sequência e se passa antes do primeiro filme, que é de 2007, nossa ideia inicial era de um garoto, mas Steven, com sua intuição genial, sugeriu que fosse uma protagonista feminina”, disse.
A roteirista chamada para escrever a história foi Christina Hodson. “Nem Steven, poderia imaginar que o filme chegaria no pós-#MeToo e pós-‘Mulher Maravilha’, num momento em que as mulheres estão ditando as regras na indústria, mesmo no cinema de ação”, complementa.
A lista de novidades nas telonas é completada com a comédia brasileira “Minha vida em Marte”. Estrelado por Mônica Martelli, o longa tenta repetir o sucesso de “Os homens são de Marte e é pra lá que eu vou” (2014), que teve 1,8 milhão de espectadores. Depois de alguns relacionamentos frustrados narrados no primeiro filme da sequência, Fernanda está de volta em um casamento em crise. Agora casada com Tom (Marcos Palmeira), com quem tem uma filha de cinco anos, Joana, Fernanda vê seu relacionamento desgastado após o convívio por muitos anos, o que gera atritos constantes. Para decidir se permanece casada ou se embarca em outra, contará com os conselhos hilários do inseparável amigo gay Aníbal, interpretado por Paulo Gustavo (“Minha mãe é uma peça”). Humor e bilheterias à parte, o filme fica longe de conseguir a simpatia da crítica, que aponta o roteiro, escrito pela própria Mônica (que narra “os dilemas de uma mulher moderna na faixa dos 40 anos”), recheado de clichês. “Feito para os espectadores rirem, o que o filme provoca é tédio”, afirma Naief Haddad, do jornal Folha de S.Paulo. (Felipe Shikama)
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