Conflito em Israel
Jogador sorocabano que atua em Israel retorna ao Brasil
O retorno do meio-campista, titular do Ashdod, aconteceu no final da noite de sexta-feira (13)
Muitos abraços e beijos de acalento da família. Essa foi a recepção tão esperada do jogador sorocabano Lucas Salinas ao desembarcar no aeroporto de Viracopos, em Campinas, após vivenciar os primeiros dias da guerra no Oriente Médio. “É muito bom sentir o amor e reencontrar eles depois de tudo que passei nos últimos dias. Mas, ainda sigo em alerta e meu coração segue em Israel”, comentou.
O retorno do meio-campista, titular do Ashdod, aconteceu no final da noite de sexta-feira (13). Ele foi recepcionado pela irmã e pelos pais. Lucas saiu de Israel na semana passada e, diferente de vários brasileiros repatriados pelos voos da Força Aérea Brasileira (FAB), saiu de Israel, fez escala em Lisboa e de lá partiu para o Brasil.
O atleta deve permanecer no País até a guerra acabar, mas já faz planos. “Para as próximas semanas eu devo ficar em Sorocaba treinando, me preparando para, quando acabar a guerra, eu voltar. Esse é o planejamento”, disse o jogador.
A chegada dele também é especial por ser seu aniversário, comemorado ontem (14). Nas redes sociais, Lucas escreveu: “Aliviado por um lado, mas com o coração em Israel ainda, quebrantado por tudo que aconteceu e vem acontecendo. Obrigado por todas as mensagens, orações, etc., que recebi nesses dias. Me senti muito amado e querido”.
Lucas começou sua carreira no São Bento, jogando campeonatos de base e, depois, no profissional. Ele também atuou pelo Atlético Sorocaba e, depois, seguiu para Portugal e Bulgária antes de assinar contrato com a equipe de Israel há um ano e meio.
Dias de tensão
No sábado (7), dia do ataque do Hamas a Israel, Lucas estava em Nazaré, em concentração para o jogo que aconteceria no dia seguinte. Por volta das 6h30, os alarmes da cidade começaram a soar e o jogo foi cancelado na hora.
Com as primeiras notícias sobre o conflito, o grupo decidiu voltar para a cidade-sede do clube, de ônibus. “Fizemos cerca de duas horas de ônibus e ali foi bem tenso o caminho. A gente viu mísseis sendo interceptados, muita polícia na rua, barragens. Mas conseguimos chegar em Ashdod bem”.
Depois, o jogador preferiu ir ao apartamento de seu amigo colombiano até conseguiu uma passagem. Com toda a questão de dificuldade aérea, foi de Israel para Lisboa na quarta-feira (11) e de lá embarcou para o Brasil. (Thais Marcolino)