China promete represálias caso EUA adote novas tarifas
AFP
A China prometeu nesta quarta-feira (11) adotar represálias comerciais contra os Estados Unidos caso Washington cumpra com suas novas ameaças de taxar bens exportados pela China, totalizando 200 bilhões de dólares. "O governo chinês, como sempre, não terá outra opção que adotar as medidas necessárias", informou o ministério do Comércio em um comunicado, no qual qualificou as novas ameaças dos EUA de "totalmente inaceitáveis".
"A fim de salvaguardar os interesses fundamentais do país e do povo, o governo chinês deverá, como já fez no passado, adotar as medidas necessárias". A nota avalia que o comportamento "irracional" dos Estados Unidos prejudica "a China, o mundo e a eles mesmos". "Paralelamente, apelamos à comunidade internacional para que trabalhe em conjunto para salvaguardar as regras do livre comércio e o sistema comercial multilateral, e se opor à hegemonia comercial".
Pequim anunciou ainda a apresentação "imediata" de uma ação adicional contra os Estados Unidos junto à Organização Mundial do Comércio. Mais cedo, o vice-ministro chinês do Comércio, Li Chenggang, advertiu que "as elevações mútuas de tarifas em grande escala entre China e Estados Unidos conduzirão, inevitavelmente, à destruição do comércio sino-americano".
A política americana "atualmente interfere com o processo de globalização econômica" e "prejudica a ordem econômica mundial", disse Li. "Este é um momento caótico para o comércio internacional (...). Empresas dos dois países sofrerão perdas. Não há vencedor em uma guerra comercial. A cooperação é a única escolha correta para China e Estados Unidos", declarou Li.
Na sexta-feira, os Estados Unidos impuseram tarifas de 25% sobre bens chineses totalizando 34 bilhões de dólares, o que gerou a imediata reação de Pequim, com a adoção de impostos proporcionais sobre centenas de produtos americanos. Nesta terça-feira, Washington anunciou que iniciava o processo para impor tarifas aduaneiras de 10% sobre produtos chineses totalizando 200 bilhões de dólares a partir de setembro.