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Corrupção

PF indicia Renan, Jucá e Braga por propinas

Inquérito havia sido aberto pelo STF contra senadores e ex-senador há 6 anos

20 de Setembro de 2024 às 22:27
Cruzeiro do Sul [email protected]
Renan Calheiros (MDB) é um dos três acusados de corrupção
Renan Calheiros (MDB) é um dos três acusados de corrupção (Crédito: PEDRO FRANÇA / AG. SENADO )

A Polícia Federal (PF) indiciou os senadores Eduardo Braga e Renan Calheiros, junto do ex-senador Romero Jucá, — todos do MDB — pelo suposto recebimento de propinas milionárias do Grupo Hypermarcas em troca da defesa de interesses da farmacêutica no Congresso Nacional. Seis anos após o inquérito ser aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a corporação imputa ao trio supostos crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A defesa do ex-senador Romero Jucá nega as imputações. “Não há nos autos qualquer indício que possa, sequer em passant, apontar nexo causal entre a atuação legítima do ex-senador Romero Jucá e a doação de campanha por parte do delator”, frisaram os advogados do ex-parlamentar.

O indiciamento foi enviado ao gabinete do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF, em agosto, mas já foi repassado à Procuradoria-Geral da República. Cabe ao órgão decidir se denuncia ou não os parlamentares. Já a parcela da denúncia que atinge Jucá deve tramitar em primeira instância, vez que o ex-senador não tem mais foro por prerrogativa de função.

Braga, Renan e Jucá foram citados na delação de Nelson Mello, ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas. Segundo o delator, as propinas teriam sido negociadas via o lobista Milton Lyra — apontado como operador do MSB —, que dizia agir em nome dos senadores e que estes poderiam tomar iniciativas de interesse da empresa e do setor no Congresso. Lyra também foi indiciado.

A defesa de Romero Jucá se manifestou, dizendo que “repudia e repele o indiciamento recente no inquérito instaurado com base única e exclusivamente na delação premiada do executivo do grupo Hypermarcas”. Ainda de acordo com a defesa, “o ex-senador Jucá colaborou de forma efetiva com a investigação, prestando os esclarecimentos devidos e colocando-se sempre à disposição da autoridade policial” E conclui que “lamentavelmente, esse inquérito nada mais é que uma tentativa de criminalizar a política, pois é da natureza da função parlamentar a conexão com setores da sociedade, com empresários e grupos econômicos”.

A reportagem também tentou ouvir as defesas dos senadores Eduardo Braga e Renan Calheiros. (Estadão Conteúdo)