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Investigação

PF prende militares por suposto plano de matar Lula

Quatro oficiais e um agente da Polícia Federal foram presos por planejar crimes

19 de Novembro de 2024 às 22:26
Cruzeiro do Sul [email protected]
Policiais federais cumpriram mandados de prisão
Policiais federais cumpriram mandados de prisão (Crédito: ONOFRE VERAS / THENEWS2 / ESTADÃO CONTEÚDO (19/11/2024))

A Polícia Federal prendeu ontem (19) quatro oficiais militares por um suposto plano para matar, em 2022, o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e dar um golpe de Estado. Segundo um comunicado da PF, os suspeitos planejaram um “golpe de Estado” para impedir a posse de Lula e previram seu “homicídio”. Um agente da PF também foi preso.

Em um primeiro momento, uma fonte da instituição havia informado que os militares tinham sido presos no Rio de Janeiro, onde participavam da missão de segurança da reunião dos líderes do G20. No entanto, um comunicado do Exército desmentiu posteriormente esta informação.

O suposto plano, que os suspeitos teriam chamado de “Punhal Verde e Amarelo”, seria executado em 15 de dezembro de 2022 e previa também matar o então vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), segundo o comunicado da Polícia Federal. Dois meses antes, Lula venceu nas eleições presidenciais o ex-presidente Bolsonaro (2019-2022).

De acordo com o expediente policial ao qual a AFP teve acesso, a investigação determinou que o plano teria sido discutido em 12 de novembro na residência do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-chefe de Gabinete de Bolsonaro, e posteriormente seu candidato a vice em sua tentativa de reeleição. Segundo o documento, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, “provavelmente” esteve a par desta reunião.

De acordo com os investigadores, o planejamento dos detalhes da operação teria sido impresso no Palácio do Planalto, sede da Presidência. Os suspeitos são o general da reserva Mário Fernandes, então chefe substituto da Secretaria Geral da Presidência, os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra Azevedo e Rafael Martins de Oliveira, além do policial federal Wladimir Matos Soares.

Os quatro militares pertencem às forças especiais do Exército brasileiro, os chamados “kids pretos”. De acordo com a investigação, eles previam utilizar “técnicas operacionais militares avançadas” para executar o “golpe”, além de instituir um “gabinete de crise” que eles próprios e outros oficiais integrariam.

Entre as opções para matar o presidente Lula, supostamente foram avaliadas “envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico”, segundo o processo policial. Os suspeitos poderão enfrentar acusações de abolição violenta do Estado de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Segundo as investigações, eles também planejaram o assassinato do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que teria sido alvo de monitoramento. Foi o próprio Moraes quem emitiu as ordens de prisão de ontem. (AFP)