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PF indicia Jair Bolsonaro, Braga Netto, Augusto Heleno e mais 34

Relatório final é fruto das Operações Tempus Veritatis e Contragolpe

21 de Novembro de 2024 às 22:11
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Fachada do prédio da Polícia Federal, em Brasília, onde o relatório foi elaborado
Fachada do prédio da Polícia Federal, em Brasília, onde o relatório foi elaborado (Crédito: RAFA NEDDERMEYER / AGÊNCIA BRASIL)

 

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa, general Braga Netto, o ex-chefe do GSI general Augusto Heleno, o presidente do PL Valdemar Costa Neto e mais 33 investigados nas Operações Tempus Veritatis e Contragolpe. A PF atribui ao ex-chefe do Executivo, militares de alta patente e aliados os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Somadas, as penas máximas previstas para esses delitos chegam a 28 anos de prisão.

Entre os indiciados estão o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, e o general Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira, ex-ministro da Defesa e ex-comandante do Exército. O general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército, também foi indiciado.

Os 37 indiciados estão ligados à tentativa de manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições 2022. O plano da suposta organização criminosa previa até o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de seu vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

As investigações mostram que o planejamento da ruptura democrática, contou com reuniões com a cúpula das Forças Armadas, rascunhos de minutas golpistas, planilha com detalhes do golpe, minuta de “gabinete de crise” que seria instalado após a ruptura e até o plano de envenenamento de Lula e de eliminar Moraes à bomba.

Um dos pontos principais do documento é a indicação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha conhecimento do plano de assassinato de Lula, Moraes e Alckmin. O documento de mais de 800 páginas foi enviado ao Supremo Tribunal Federal ontem (21), à tarde.

O criminalista Paulo Amador da Cunha Bueno, que representa Jair Bolsonaro, diz que só irá se manifestar quando tiver acesso ao relatório final da Polícia Federal, para fazer “uma manifestação mais segura”. Ao portal Metrópoles, após o indiciamento, Bolsonaro afirmou que “a luta começa na PGR (Procuradoria Geral da República)” e que não pode “esperar nada de uma equipe que usa criatividade”. (Estadão Conteúdo)