Detenção
Exército apoia operação que prendeu Braga Neto
Detenção do general foi mantida em audiência de custódia
O general da reserva Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL), foi detido em Copacabana, no Rio de Janeiro, ontem (14), pela manhã, em uma operação que contou com o apoio do Exército. À tarde, o juiz Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, auxiliar no gabinete do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), manteve a prisão preventiva do general após ouvi-lo na audiência de custódia, por videoconferência.
A audiência de custódia é um procedimento padrão. Serve para o juiz avaliar a legalidade do cumprimento do mandado de prisão. A prisão preventiva não tem prazo para terminar.
Braga Netto vai ficar detido no Comando da 1ª Divisão do Exército, na Vila Militar de Deodoro, no Rio de Janeiro.
Braga Netto foi detido no contexto de uma operação que investiga suspeitos de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin após as eleições de 2022. Ele teria tentado obstruir a investigação. Segundo a Polícia Federal, ele tentou conseguir informações sigilosas sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid para repassar a outros investigados e também alinhou versões com aliados.
Ao se manifestar a favor da prisão, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou ver “risco concreto” ao inquérito se o general fosse mantido em liberdade. O general não poderá receber visitas sem autorização do STF, inclusive de familiares. Apenas os advogados inscritos nos autos terão acesso direto ao ex-ministro.
Braga Netto é um dos 40 indiciados pela PF por golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado de Direito. Ele é apontado como “figura central” do plano golpista. (Estadão Conteúdo)