Adiada
Análise de denúncia de tentativa de golpe será retomada hoje
Ex-presidente compareceu à sessão do STF

O presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cristiano Zanin, suspendeu ontem (25) o julgamento de tentativa de golpe de Estado e informou que a sessão prosseguirá hoje (26), às 9h30, com a votação sobre o recebimento ou a rejeição da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Nós pensamos, inicialmente, em analisar nesta sessão as preliminares e, amanhã (hoje), analisarmos o recebimento ou não da denúncia. Então, mantemos essa metodologia”, afirmou. A declaração ocorreu após os ministros do colegiado terem rejeitado todas as questões preliminares apresentadas pelas defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos demais acusados no processo.
As defesas haviam questionado a competência da Corte e da Primeira Turma para julgar o caso e o fatiamento da denúncia pela PGR. Além disso, apontaram falta de acesso a provas, “document dump” (sobrecarga de documentos que os advogados não seriam capazes de analisar) e pesca probatória. Também foram apresentados pedidos para anular a delação do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, e aplicar o juiz de garantias no julgamento.
Ex-presidente
O ex-presidente Jair Bolsonaro, um dos oito que podem se tornar réus na denúncia da PGR, decidiu ir ontem de manhã ao STF para o julgamento. Ele causou surpresa ao se dirigir à primeira fileira da sala junto aos seus advogados.
Celso Vilardi, advogado de Jair Bolsonaro, contestou a relação do ex-presidente com atos de vandalismo no 8 de janeiro com base na delação do tenente-coronel Mauro Cid. “Nem o delator que o acusou fez qualquer relação dele com o 8 de janeiro”, disse o advogado do ex-presidente, ao fazer a sustentação de defesa.
O desembargador aposentado Sebastião Coelho, advogado do ex-assessor do ex-presidente Bolsonaro, Filipe Martins, foi detido pela Polícia Judicial do STF em flagrante por desacato e ofensas ao tribunal.
De acordo com informações da assessoria da Corte, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, determinou a lavratura de boletim de ocorrência por desacato e, em seguida, a liberação do advogado. (Da Redação, com informações de Estadão Conteúdo)