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Economia

Desemprego cai para 9,8%, menor nível desde 2016

Geração de vagas somou 2,282 milhões no período de um trimestre

01 de Julho de 2022 às 00:01
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Processo de recuperação continua, diz coordenadora do IBGE.
Processo de recuperação continua, diz coordenadora do IBGE. (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO / ARQUIVO JCS (1/7/2021))

O desemprego no Brasil caiu de 10,5%, no trimestre terminado em abril, para 9,8% no encerrado em maio, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

É a primeira vez que a taxa fica abaixo de 10% desde o trimestre encerrado em janeiro de 2016, quando ficou em 9,6%. O resultado também foi o menor para o trimestre encerrado em maio desde 2015, quando estava em 8,3%. Em igual período de 2021, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua ficou em 14,7%.

Em um trimestre, do que foi encerrado em maio para o terminado em fevereiro, mais 803 mil pessoas passaram a atuar como trabalhadores informais. A geração de vagas no período totalizou 2,282 milhões, ou seja, foi puxada majoritariamente por ocupações formais.

O País ainda tem 10,631 milhões de desempregados. Se considerada toda a mão de obra subutilizada, que inclui quem trabalha menos horas do que gostaria e quem não procura emprego por acreditar que não encontrará uma oportunidade, falta trabalho a 25,401 milhões de brasileiros. “Esse é um processo de recuperação que segue em curso”, disse Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Para o economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, a queda tem influência da resiliência da economia no primeiro semestre deste ano, mas também reflete o não retorno ao mercado de trabalho, após o surgimento da Covid-19, de uma parcela da população, formada principalmente por mulheres e idosos.

“Quando comparamos maio com fevereiro de 2020, temos ainda 2,8 milhões de pessoas a mais fora da força de trabalho. São pessoas que não conseguiram retornar ao mercado”, afirmou. “As mulheres sofreram mais com a pandemia, quando tivemos um desmantelamento grande na rede de apoio e assistência em relação ao cuidado das crianças. No caso dos idosos, está muito relacionado a aposentadorias precoces, o medo de pegar Covid e sequelas de longo prazo pós-infecção”, disse o analista.

A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 7,215 bilhões no período de um ano, para R$ 249,849 bilhões, uma alta de 3,0% no trimestre encerrado em maio de 2022 ante o trimestre terminado em maio de 2021.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma elevação real de 0,7% na comparação com o trimestre encerrado em maio com o encerrado em fevereiro, para R$ 2.613. Em relação ao trimestre encerrado em maio do ano passado, a renda média caiu 7,2%. (Estadão Conteúdo)