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Alimentação

ONU: Brasil melhora, mas tem 8 milhões de subnutridos

FAO lançou relatório que mantém o País no Mapa da Fome Global em evento do G20

24 de Julho de 2024 às 22:27
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Quase 1/5 dos brasileiros não teve acesso adequado à alimentação nos últimos três anos
Quase 1/5 dos brasileiros não teve acesso adequado à alimentação nos últimos três anos (Crédito: PEDRO NEGRÃO / ARQUIVO JCS)

Um total de 8,4 milhões de brasileiros ainda passam fome, segundo relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulgado ontem (24). No total, quase 1/5 da população brasileira não teve acesso adequado à alimentação nos últimos três anos. O resultado apresenta melhora ante a medição anterior, mas mantém o País no Mapa da Fome global.

Divulgado anualmente, o relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo” mostra que, no triênio compreendido entre 2021 e o ano passado, 3,9% da população brasileira apresentou desnutrição crônica. A ONU considera que um país integra o Mapa da Fome quando esse índice é igual ou superior a 2,5% do total da população.

O resultado é um pouco melhor do que o apresentado no relatório do ano passado, com recuo de 0,8 ponto porcentual no índice total de famintos no Brasil. Na comparação com o relatório anterior, 1,7 milhão de brasileiros deixaram de sofrer de desnutrição crônica, equivalente a um terço do necessário para que o País saia do Mapa da Fome.

A FAO pondera, porém, que a organização atualiza sua base de dados a partir das informações divulgadas por cada país — a forma como esses números são apresentados podem variar de um ano para outro.

No caso do Brasil, os dados divulgados podem incluir informações trazidas pelo Censo 2022, cujo total de habitantes se mostrou inferior às estimativas que eram feitas a partir do Censo 2010 e que podem ter servido de base para relatórios anteriores.

Além dos 8,4 milhões que enfrentam desnutrição crônica, o Brasil teve ao longo do último triênio 39,7 milhões de habitantes com insegurança alimentar moderada ou grave. Segundo a agência da ONU, a moderada é aquela em que a pessoa tem dificuldade em ter acesso a uma alimentação adequada, o que faz com que em determinado período acabe comendo menos, ou com menor qualidade. Já a insegurança grave é quando falta efetivamente comida por um dia ou mais.

A divulgação do relatório ocorreu ontem (24) no pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza — que teve a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do economista-chefe da FAO, Maximo Torero Cullen —, realizado em paralelo às reuniões do G20 no Rio de Janeiro. (Estadão Conteúdo)