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Situação fiscal

Morgan Stanley rebaixa indicação para ações de empresas brasileiras

20 de Novembro de 2024 às 20:56
Cruzeiro do Sul [email protected]
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O Morgan Stanley rebaixou a recomendação de investimentos em ações no Brasil para “underweight” (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda) por causa das preocupações com relação à situação fiscal do País. Segundo o banco, o crescente déficit das contas públicas pode levar o Banco Central a subir muito os juros, o que reduziria o interesse pelas ações. O preço-alvo para o Ibovespa (principal referência da Bolsa brasileira) no cenário-base do banco é de 146 mil pontos ao fim de 2025, o que representaria um potencial de valorização de 14% em relação ao fechamento do último dia 14.

“O Brasil permanece em um impasse fiscal que provavelmente necessitará de um ponto de virada”, disseram os estrategistas do banco, em relatório. Para o Morgan Stanley, a capacidade de o governo brasileiro convencer os mercados sobre as metas fiscais é chave para manter a confiança de investidores domésticos e internacionais no País.

O cenário-base com que o banco trabalha considera que o governo vai continuar avançando “aos trancos e barrancos” em relação ao equilíbrio fiscal, o que manteria a taxa de juros elevada. “O governo realiza alguns cortes de despesas próximos às expectativas do mercado (cerca de R$ 50 bilhões) — o crescimento econômico e dos lucros desacelerariam, mas evitaria uma recessão, e os fluxos líquidos de saída de capital doméstico permaneceriam nos níveis atuais”, disseram os economistas.

No cenário otimista, o Ibovespa iria a 160 mil pontos no fim de 2025 (potencial de valorização de 25%). Nesse contexto, haveria uma mudança no modelo de crescimento do País em direção às exportações e investimentos, de modo que as autoridades restringiriam os gastos além das expectativas de consenso do mercado.

Já num cenário pessimista, segundo o banco, o Ibovespa cairia para 105 mil pontos, com o governo mantendo os gastos elevados antes das eleições presidenciais de 2026, desencadeando uma reação negativa mais forte nos mercados de renda fixa, o que geraria uma forte desaceleração econômica e de lucros. (Estadão Conteúdo)