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Hipermercado

Carrefour admite suspensão do fornecimento de carne

Frigoríficos deixaram de fazer entregas após declaração do CEO global

25 de Novembro de 2024 às 22:41
Cruzeiro do Sul [email protected]
Estimativa é de que produtos comecem a faltar na rede varejista
Estimativa é de que produtos comecem a faltar na rede varejista (Crédito: NELSON ALMEIDA / AFP (25/11/2024))

 

O Grupo Carrefour Brasil reconheceu, em nota, impactos advindos da ruptura de fornecimento de carnes, após grandes frigoríficos interromperem a entrega de produtos às unidades do grupo no País. “Infelizmente, a decisão pela suspensão do fornecimento de carne impacta nossos clientes, especialmente aqueles que confiam em nós para abastecer suas casas com produtos de qualidade e responsabilidade”, disse o grupo em nota, que é formado pela rede Carrefour, Atacadão e Sam’s Club.

Frigoríficos brasileiros pararam de fornecer carnes ao Carrefour no Brasil após a decisão da rede na França de não vender mais o produto do Mercosul. A interrupção no fornecimento atingiria mais 150 lojas da rede no Brasil. O movimento de cancelamento de entregas começou ainda na última quarta-feira (20).

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, declarou apoio ao movimento de associações de produtores de proteína animal e entidades brasileiras do agronegócio. “Ora, se não serve para os franceses, não vai servir para os brasileiros. Então, que não se forneça carne nem para o mercado desta marca aqui no Brasil”, disse Fávaro no dia 20 de novembro.

Entre os frigoríficos que aderiram à interrupção estão a JBS, a Marfrig e o Masterboi, que não se manifestaram publicamente. Somente a Friboi, marca de carnes bovinas da JBS, responde por 80% do volume fornecido ao grupo de origem francesa, sendo que na rede Atacadão o fornecimento da marca é próximo a 100%, segundo fontes da indústria. A JBS cancelou a saída de produtos das fábricas e dos centros de distribuição que seriam destinados ao Grupo Carrefour Brasil imediatamente, segundo fontes. A estimativa do mercado é de que a partir desta segunda-feira os efeitos da suspensão das entregas comece a ser percebido nas gôndolas da rede, já que se trata de mercadoria resfriada e/ou congelada com estoques limitados. A decisão foi endossada pelo governo, que cobrou do setor uma “ação enérgica” contra o boicote da empresa.

A represália da indústria foi imediata à declaração do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, que anunciou na quarta-feira que a rede pararia de vender carne do Mercosul nas lojas francesas. Um dos frigoríficos cancelou no mesmo dia o envio de caminhões que abasteceriam 50 unidades do Carrefour. A indústria cobra uma retratação pública de Bompard para retomar o abastecimento.

“Nós, do Grupo Carrefour Brasil, lamentamos profundamente a atual situação e reafirmamos nossa estima e confiança no setor agropecuário brasileiro, com o qual sempre mantivemos uma relação sólida e de parceria. Entendemos a importância deste setor para a economia e para a sociedade como um todo, e continuamos comprometidos com o fortalecimento dessa relação”, disse o Carrefour Brasil na nota divulgada ontem. (Estadão Conteúdo e Agência Brasil)