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Brasil pode ganhar mercado com tarifaço de Trump

Países criticaram elevação de taxas de importações pelos Estados Unidos

03 de Abril de 2025 às 21:30
Wall Street fechou em baixa: preocupação com a economia
Wall Street fechou em baixa: preocupação com a economia (Crédito: CHARLY TRIBALLEAU / AFP (3/4/2025))

A sobretaxação dos Estados de Unidos de 10% sobre os produtos brasileiros pode representar uma oportunidade de ganhos de mercado para o Brasil se o País souber negociar com outros parceiros comerciais. A avaliação é do economista e professor da Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Adalmir Marquetti. Ele defendeu a urgência da aprovação do acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE).

“O processo de negociação é um ponto importante a ser levado. Tem que tentar uma retaliação em alguns produtos, mas também tem que haver uma negociação com outros países. Acho a viagem do presidente Lula para o Japão e para o Vietnã importante no sentido de buscar novos parceiros comerciais, de intensificar nossas relações com esses países que estão crescendo, estão se tornando importantes na economia mundial”, disse o professor.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil tomará ‘todas as medidas cabíveis‘ para se defender das novas tarifas de 10% anunciadas pelo presidente americano, Donald Trump. “Defendemos o multilateralismo e o livre comércio e responderemos a qualquer tentativa de impor um protecionismo que não cabe mais hoje no mundo”, acrescentou.

Lula disse que a resposta do Brasil será baseada na “Lei da Reciprocidade Econômica”, aprovada na quarta-feira (2) pela Câmara dos Deputados, assim como nas “diretivas da Organização Mundial do Comércio”.

O Brasil, maior economia da América Latina, é uma das menos afetadas pelas novas tarifas anunciadas por Trump, que impôs uma taxa de 20% sobre as importações da União Europeia e outra de 34% sobre a China, entre outros impostos mais altos.

“Em termos relativos, a gente teve um ganho. Vamos supor que tem um produto que o Brasil exporta e o Vietnã exporta, por exemplo, para os Estados Unidos. O nosso ficou mais barato”, disse o economista André Perfeito.

A nova situação “abriu um monte de possibilidade para o Brasil exportar para outros países”, especialmente produtos agrícolas, acrescentou, nos quais o Brasil é uma potência mundial.

Trump disse ontem que os Estados Unidos sairão “mais fortes” após o aumento das tarifas. “A operação foi concluída! O paciente sobreviveu e está se recuperando. O prognóstico é que o paciente estará muito mais forte, maior, melhor e muito mais resiliente do que nunca”, escreveu Trump em sua plataforma Truth Social.

China e UE

O Ministério do Comércio da China pediu ao governo norte-americano que “cancele imediatamente” as novas medidas, que, afirma, “colocam em perigo o desenvolvimento econômico mundial”. Também anunciou que adotará “contramedidas para preservar seus direitos e interesses”.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que as tarifas constituem um “duro golpe à economia mundial”. Também declarou que o bloco está “preparado para responder”, embora tenha assegurado que “não é tarde demais” para abrir negociações com Washington.
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lsas

Wall Street fechou ontem em forte queda, após o anúncio das tarifas, que afetam o comércio mundial e geram preocupação em relação à economia americana.

O índice S&P 500 caiu 4,8%, aos 5.396,52 pontos, seu pior dia desde junho de 2020. Já o Nasdaq despencou 6%, aos 16.550,60, e o Dow Jones encerrou o dia em queda de 4%, aos 40.545,93.

No Brasil, o dólar à vista fechou ontem em baixa de 1,18%, aos R$ 5,6290 — menor cotação de fechamento desde 16 de outubro do ano passado, quando encerrou em R$ 5,6226. No ano a divisa acumula queda de 8,90% ante o real. O Ibovespa oscilou durante o dia, mas terminou o dia com leve baixa de apenas 0,04%, aos 131.140,65 pontos. (Agência Brasil e AFP)