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Guerra na Ucrânia

Rússia bloqueia meios de comunicação críticos a governo e restringe redes sociais

A interferência oferece evidências do esforço incansável do governo para suprimir a dissidência na população

28 de Fevereiro de 2022 às 13:45
Cruzeiro do Sul [email protected]
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Rede social Twitter (Crédito: Alastair Pike / AFP (10/7/2019))

O órgão estatal de comunicações e mídia da Rússia, Roskomnadzor, bloqueou vários meios de comunicação russos e ucranianos nesta segunda-feira, 28, devido à cobertura da invasão na Ucrânia. A interferência oferece evidências do esforço incansável do governo para suprimir a dissidência na população.

A revista russa The New Times, que critica abertamente o Kremlin, foi bloqueada por relatar detalhes sobre baixas militares russas na Ucrânia que o Ministério da Defesa russo não divulgou.

Protestos contra a invasão surgiram em toda a Rússia por quatro dias, enquanto quase um milhão de pessoas assinaram uma petição online exigindo o fim da guerra. Os manifestantes enfrentaram detenções em massa, enquanto as autoridades restringiram o acesso às mídias sociais e ameaçaram fechar sites de notícias independentes.

Enquanto isso, a agência de notícias estatal Tass, o jornal pró-Kremlin Izvestia, o site de notícias de São Petersburgo Fontanka e vários outros foram alvos do ataque de hackers nesta segunda-feira.

O site de notícias independente Meduza postou screenshots de uma mensagem, assinada pelo grupo hacker Anonymous e por "jornalistas indiferentes na Rússia", que apareceu nas páginas principais de alguns dos sites invadidos.

"Caros cidadãos. Pedimos que parem com essa loucura, não mandem seus filhos e maridos para morrerem", dizia a mensagem. "Em vários anos estaremos vivendo como na Coreia do Norte. O que vale para nós? Que (o presidente Vladimir) Putin entre nos livros de História? Não é nossa guerra, vamos detê-lo!", acrescenta.

O acesso à maioria dos sites foi restaurado dentro de uma hora após o ataque hacker.

A agência Tass disse em comunicado que a mensagem continha "informações que nada têm a ver com a realidade". (Agência Brasil)