Ucrânia
Corredor humanitário vai auxiliar a retirada de civis
O acordo entre Rússia e Ucrânia envolve um possível cessar-fogo
A Rússia e a Ucrânia concordaram sobre a necessidade de um corredor humanitário para a saída de civis das cidades em guerra, segundo afirmaram os negociadores de ambos países após o encontro diplomático de ontem (3). O acordo envolve um possível cessar-fogo durante as operações de retirada.
O encontro foi o segundo realizado entre os dois países para discutir a invasão russa na Ucrânia. A reunião entre os dois países tratou de temas militares e humanitários e foi realizada em Belovezhskaya Pushcha, na região de Brest, em Belarus, perto da fronteira com a Polônia.
Os resultados obtidos não eram os esperados pela Ucrânia -- que exige o cessar-fogo imediato e a retirada das tropas --, mas foram mais substanciais que o encontro de segunda-feira. Os dois países concordaram numa terceira rodada de negociações, afirmam os negociadores.
Do lado da Rússia, um dos negociadores afirmou que o país está de acordo com os corredores humanitários para civis com o possível cessar-fogo em torno destes locais. “Avaliamos que isso é um progresso substancial”, disse após a reunião, segundo relatado pelas agências de notícias. Segundo a Rússia, uma futura regulação política do conflito também foi debatida.
Ainda ontem, mais cedo, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que queria negociar diretamente com seu colega russo, Vladimir Putin, dizendo que é “a única maneira de parar a guerra” entre a Rússia e a Ucrânia.
Especiais
Alguns dos cidadãos mais vulneráveis da Ucrânia alcançaram a segurança na Polônia por meio de um esforço de solidariedade e compaixão que transcendeu fronteiras e levantou um poderoso contraponto à guerra. Na quarta-feira (2), um trem parou na estação de Zahony, na Hungria, trazendo cerca de 200 pessoas com deficiências físicas e mentais -- moradores de dois orfanatos para deficientes na capital da Ucrânia, Kiev, que foram evacuados quando as forças russas atingiram a cidade.
“Os orfanatos são onde os foguetes voaram, onde houve rajadas de tiros de fuzil”, disse Larissa Leonidovna, diretora de um orfanato. Os refugiados deficientes, a maioria crianças, desembarcaram do trem no vento frio da plataforma e nos braços de dezenas de poloneses e húngaros que esperavam para recebê-los. De lá, eles foram escoltados até quatro ônibus em espera, enviados da Polônia pela organização católica de ajuda humanitária Caritas. (Das agências internacionais)