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Guerra

Mais de 1.200 civis morrem em ataques a Mariupol, na Ucrânia

Número foi contabilizado pela prefeitura local em 9 dias de cerco

10 de Março de 2022 às 00:01
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Homem é socorrido após ataque à cidade de Irpis.
Homem é socorrido após ataque à cidade de Irpis. (Crédito: ARIS MESSINIS / AFP (7/3/2022))

Um total de 1.207 civis morreram desde o início do cerco russo a Mariupol, estratégica cidade portuária da Ucrânia, há nove dias. A informação foi divulgada ontem pela prefeitura da cidade.

“Nove dias de genocídio da população civil”, informou a prefeitura em mensagem postada no Telegram, junto a um vídeo com declarações do prefeito, horas depois de bombardeios russos destruírem um hospital pediátrico da cidade.

“Nunca perdoaremos. Nunca esqueceremos. O povo de Mariupol resiste”, acrescentou a prefeitura. A cidade industrial, localizada às margens do Mar de Azov, tinha 450.000 habitantes antes do início da invasão russa, em 24 de fevereiro.

O serviço de imprensa da Presidência ucraniana, consultado pela AFP sobre este balanço, respondeu: “Não temos o número exato (de mortos), mas o número provisório está correto”.

Ataque a hospital

Ontem, um bombardeio aéreo russo atingiu um hospital pediátrico, deixando 17 adultos feridos, afirmou Pavlo Kirilenko, líder da região sul de Donetsk.

“Há 17 feridos confirmados entre os funcionários do hospital”, disse à televisão ucraniana, acrescentando que, de acordo com os primeiros informes, “não havia nenhuma criança” entre os feridos, nem tampouco mortos.

O ataque “literalmente destruiu” uma maternidade no centro da cidade, que também incluía uma unidade pediátrica, destacou Kirilenko no Facebook. Ele acrescentou que um piloto russo evidentemente sabia onde a bomba cairia.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, qualificou o ataque de “crime de guerra”. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, disse, sem negar o ataque, que “batalhões nacionalistas” ucranianos tinham evacuado os funcionários e os pacientes e estabelecido no local posições de tiro.

Este ataque provocou uma onda de indignação internacional e levou a ONU e a Organização Mundial da Saúde (OMS) a pedirem “o cessar imediato dos ataques às instalações de saúde”.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, denunciou o ataque como “imoral” e prometeu que o presidente russo, Vladimir Putin, será responsabilizado “por seus crimes terríveis”.

“Poucas coisas são mais imorais do que atacar os vulneráveis e indefesos”, tuitou Johnson. “O Reino Unido está buscando mais apoio para a Ucrânia se defender contra ataques aéreos”, acrescentou. (AFP)