Internacional
Putin se reúne com líder separatista servo-bósnio
O líder separatista servo-bósnio Milorad Dodik se encontrou ontem (20) com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou. Há poucos dias ele endossou a invasão russa da Ucrânia, segundo publicações russas e sérvias.
O presidente russo aproveitou esta rara visita de um político da Europa a Moscou para elogiar a “parceria estratégica” de seu país com a Sérvia. A visita ocorreu em meio a repetidos alertas da União Europeia de que a Sérvia deve alinhar suas políticas externas com o bloco, caso realmente queira se tornar membro.
Dodik, membro sérvio da presidência tripartida da Bósnia, tem se encontrado frequentemente com Putin, especialmente antes das eleições, com a intenção de mostrar ao eleitorado servo-bósnio, altamente pró-Rússia, que tem o apoio de Putin. Dodik encontrou Putin pela última vez em junho, meses após a invasão russa da Ucrânia em fevereiro.
A Rússia tem sido acusada pelo Ocidente de tentar desestabilizar a Bósnia e o resto dos Bálcãs por meio de seus representantes na Sérvia e na Bósnia. Dodik tem defendido abertamente a separação da metade da Bósnia controlada pelos sérvios de uma federação bosno-croata e a união com a vizinha Sérvia.
Divisão étnica
Um acordo de paz mediado pelos EUA em 1995 encerrou uma guerra na Bósnia que deixou pelo menos 100 mil pessoas mortas e milhões de desabrigados, além de deixar o país profundamente dividido entre seus três principais grupos étnicos. Moscou tem explorado as divisões apoiando tacitamente as políticas separatistas de Dodik.
Na véspera de sua visita a Moscou, Dodik deu uma entrevista à agência de notícias estatal russa Tass, na qual repetiu suas visões separatistas, mas também acrescentou seu endosso à invasão russa da Ucrânia.
“Por muitos anos o Ocidente não reagiu ao extermínio da população russa na Ucrânia, houve assassinatos e atentados diários em Donbass”, afirmou Dodik na entrevista, referindo-se à região separatista pró-Rússia no leste da Ucrânia. “Tudo isso ficou claro e a Rússia foi forçada a retaliar.” (Estadão Conteúdo)