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Pena de morte

Irã condena mais 3 pessoas à morte por relação com protestos

As autoridades iranianas classificam o movimento de protestos como ‘distúrbios‘

10 de Janeiro de 2023 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Manifestantes pedem o fim das execuções
Manifestantes pedem o fim das execuções (Crédito: JEAN-PHILIPPE KSIAZEK/AFP)

A Justiça do Irã condenou mais três pessoas à morte por envolvimento nos protestos pela morte da jovem Mahsa Amini, desatando uma nova onda de indignação internacional.

Os três condenados, assim como os dois homens que foram executados no sábado (7), foram detidos em meio à repressão dos protestos desencadeados após a morte de Amini, uma curda de 22 anos presa por supostamente desrespeitar o rígido código de vestimenta da República Islâmica.

As autoridades iranianas classificam o movimento de protestos como ‘distúrbios‘ e afirma que as mobilizações são incentivadas por países e organizações inimigas do Irã.

Teerã afirma que centenas de pessoas - incluindo agentes de segurança - morreram e milhares de manifestantes foram detidos.

Segundo a agência de notícias do Poder Judiciário Mizan Online, Saleh Mirhashemi, Majid Kazemi e Saeed Yaghoubi foram acusados de envolvimento na morte de três membros das forças de segurança durante as manifestações de 16 de novembro. Eles foram considerados culpados de ‘moharabeh‘ (‘guerra contra Deus‘).

No mesmo processo, outras duas pessoas foram condenadas a penas de prisão. Entre eles, está o jogador de futebol Amir Nasr-Azadani, de 26 anos, que joga no campeonato local.

Todas as sentenças anunciadas nesta segunda-feira podem ser objeto de recurso perante o Supremo Tribunal, acrescentou a Mizan Online.

Com isso, chega a 17 o número de condenados à pena capital em relação às manifestações no país, conforme contagem feita pela AFP com base em comunicados oficiais.

Quatro foram executados e dois tiveram suas sentenças confirmadas pela Suprema Corte. Os demais aguardam julgamento, ou ainda podem recorrer.

Ao menos 109 manifestantes estão atualmente detidos e enfrentam acusações que podem levar à pena de morte, segundo a ONG Iran Human Rights (IHR).

O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, instou Teerã a cessar imediatamente ‘todas as execuções‘. Segundo a Anistia Internacional, o Irã é o país que faz mais execuções, depois da China. (AFP)