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Brasileiras presas na Alemanha vão buscar reparação na Justiça

Kátyna e Jeanne tiveram as etiquetas das malas trocadas em Guarulhos

12 de Abril de 2023 às 23:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Kátyna Baía, sua irmã Lorena e Jeanne Paolini
Kátyna Baía, sua irmã Lorena e Jeanne Paolini (Crédito: REPRODUÇÃO / REDES SOCIAIS)

A personal trainer Kátyna Baía, de 44 anos, e a veterinária Jeanne Paolini, de 40, ainda não têm data para retornar ao Brasil, segundo a família. Elas foram libertadas na tarde de terça-feira (11), depois de passarem mais de um mês detidas na cidade de Frankfurt, na Alemanha. Lorena Baía, irmã de Kátyna, afirmou que o casal de goianas pretende entrar com ação na Justiça contra os responsáveis pela troca de identificação da bagagem delas, que ocorreu dentro do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, no dia 4 de março.

Em razão dessa troca de etiquetas, elas foram envolvidas em um esquema de tráfico de drogas já esclarecido pela Polícia Federal. Ambas foram presas em 5 de março, quando dariam início a 20 dias de férias por cidades da Europa.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais ontem (12), Lorena e a advogada Luna Provázio, que também está em Frankfurt, assim como a mãe de Jeanne, Valéria Paolini, falam do reencontro com as duas goianas. “Nós quase não dormimos esta noite, mas foi por uma causa muito boa: tivemos a emoção de chegar aqui na cidade e encontrar Kátyna e Jeanne soltas. Elas tiveram a inocência delas reconhecida também aqui na Alemanha”, afirmou a irmã.

Lorena disse que Kátyna e Jeanne estão muito cansadas e desgastadas emocionalmente. “Foram privadas de sono durante todos esses dias”, afirmou. Em foto divulgada em redes sociais, Kátyna e Jeanne brindam a liberdade recém-conquistada com cerveja.

No começo da semana, Lorena havia narrado o drama vivido pelas brasileiras na Alemanha. “Elas foram detidas no aeroporto separadamente, algemadas pelos pés e mãos, escoltadas por vários policiais e a única palavra que entendiam era ‘cocaína’”, relata a irmã. Segundo Lorena, elas tentaram argumentar que aquelas não eram suas malas, pois tinham cores e pesos diferentes, mas os policiais só repetiam a palavra “cocaína”.

As duas, contou a irmã, tiveram as mãos raspadas para coleta de DNA, sem que tivessem dado autorização para isso. A bagagem de mão foi retida e elas ficaram sem os medicamentos e agasalhos. As duas foram levadas para celas separadas. Nesse local, que era frio e tinha as paredes escritas com fezes, elas ficaram três dias, nos quais lhes foram oferecidos apenas pão e água.

Depois, elas foram transferidas para o presídio feminino de Frankfurt, onde permaneceram separadas até esta terça-feira. Lá, conviveram com mulheres condenadas por diversos crimes em celas desconfortáveis e frias.

A advogada Luna Provázio classificou de “marco histórico” a decisão da Justiça alemã. “O Ministério Público alemão solicitou a soltura das duas de imediato, encaminhando o pedido direto para o presídio.” Ela não deu mais informações sobre as ações que o casal pretende mover na Justiça. (Estadão Conteúdo)