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Conflitos

Biden discute com Israel possíveis ataques ao Irã

Resposta ao lançamento de mísseis poderia ser de danos a instalações petrolíferas

03 de Outubro de 2024 às 22:36
Cruzeiro do Sul [email protected]
Beirute, no Líbano, sofre com bombardeios israelenses
Beirute, no Líbano, sofre com bombardeios israelenses (Crédito: AFP (3/10/2024))

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou ontem (3) que discute com Israel possíveis ataques contra instalações petrolíferas do Irã. A medida seria uma resposta aos ataques iranianos contra o território israelense esta semana. Após a declaração, os preços do combustível subiram.

Biden participou de uma entrevista coletiva para tratar do assunto e foi questionado se apoiaria ataques de Israel à infraestrutura petrolífera do Irã. “Estamos em discussão”, disse. Israel segue com ataques aéreos no Líbano, visando o Hezbollah.

O Oriente Médio tem os maiores produtores de petróleo do mundo e um conflito regional ameaça os fluxos globais do combustível. O preço dos barris Brent e West Texas chegaram a US$ 77,49 e US$ 73,68, respectivamente, um aumento de 4,7% e 5,1%.

A preocupação é que ataques a instalações petrolíferas do Irã causem novas reações do lado iraniano, que enviou um aviso aos Estados Unidos afirmando que não iria mais adotar contenções em caso de ataques de Israel. “Caso algum país preste assistência ao agressor, também será considerado cúmplice e alvo legítimo”, afirmou a embaixada do Irã na ONU em um comunicado após a declaração de Biden.

Teerã também enviou o recado aos Estados Unidos através do Catar e da Embaixada da Suíça em Teerã, que é responsável pelos serviços consulares dos EUA no Irã. Os dois países não possuem relações desde 1980.

A preocupação é que a escalada leve o Irã a bloquear o Estreito de Ormuz, uma importante rota para o transporte do petróleo, ou leve o país a atacar a infraestrutura da Arábia Saudita, como fez em 2019.

Mesmo que não haja ataques do Irã, uma resposta contra a infraestrutura petrolífera do país afetaria outras nações, como a China, a segunda maior economia mundial. O país asiático é o maior comprador do petróleo iraniano. (Estadão Conteúdo e AFP)