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Biden e Xi se encontram no Peru, antes da cúpula do G20

Fórum de cooperação econômica reúne líderes de países da Ásia-Pacífico

16 de Novembro de 2024 às 21:00
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Presidente dos EUA faz uma das últimas viagens internacionais antes de deixar o governo
Presidente dos EUA faz uma das últimas viagens internacionais antes de deixar o governo (Crédito: SAUL LOEB / AFP (16/11/2024))

 

Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, terão em Lima, no Peru, sua última reunião bilateral antes de Donald Trump retornar à Casa Branca e alterar o tabuleiro geopolítico. Os dois governantes, e também rivais, antecipam o retorno do magnata republicano como um período de mudança.

Biden e Xi se encontrariam ontem (16) após o encerramento do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), criado em 1989 para promover o livre comércio. A aliança de 21 economias, que representam 60% do PIB global, encerraria seu encontro anual ontem com uma reunião de seus países membros, que incluem Japão, Coreia do Sul, Canadá, Austrália, Indonésia e México.

As discussões devem abordar como “manter a relevância da Apec e fortalecê-la diante dos desafios globais”, disse a presidente peruana Dina Boluarte, ao receber convidados no Centro de Convenções de Lima.

O diálogo presencial entre Biden e seu homólogo chinês, previsto para começar no início da noite de ontem (horário de Brasília), será o terceiro entre os líderes das duas maiores economias do planeta.

Biden e Xi também participarão da cúpula do G20 amanhã (18) e na terça-feira (19) no Rio de Janeiro.

Na véspera do encontro, Xi fez um alerta sobre o aumento do “unilateralismo e do protecionismo”, assim como de uma maior “fragmentação da economia mundial”. O mundo está entrando em uma fase de “turbulência e transformação”, disse o líder chinês.

No campo econômico, as preocupações com o retorno de Trump se concentram em sua ameaça de aumentar as tarifas sobre todas as exportações para os Estados Unidos, as da China para até 60% e as do México, principal parceiro comercial dos Estados Unidos, para 25%.

Mas a escalada das tarifas sobre produtos chineses, como os microprocessadores, “não começou nem vai terminar com Trump”, disse o analista peruano de assuntos internacionais Farid Kahhat.

Há apenas um ano, Washington e Pequim flexibilizaram a relação durante a reunião de cúpula da Apec em San Francisco, depois que alcançaram acordos antidrogas e para melhorar a comunicação militar.

O próximo mandato do republicano também provoca dúvidas sobre as alianças dos Estados Unidos. “Chegamos a um momento de mudança política significativa”, disse Biden na sexta-feira (15) em seu encontro com os líderes do Japão e da Coreia do Sul em Lima, no âmbito da Apec.

O presidente americano aspira blindar esta coalizão para enfrentar a Coreia do Norte e sua ameaça nuclear. Ele anunciou que dotará a aliança de uma secretaria, com o objetivo de que cumpra sua “esperança e expectativa” de que dure. Ao mesmo tempo, ele fez um alerta sobre a “cooperação perigosa e desestabilizadora” da Coreia do Norte com a Rússia.

O governo norte-coreano apoia o governo de Vladimir Putin, que estará ausente na cúpula do G20, com tropas para lutar contra a Ucrânia. (AFP)