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Sorocaba é sinônimo de indústria

Artigo escrito por Rafael Cervone

22 de Maio de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Rafael Cervone.
Rafael Cervone. (Crédito: Divulgação)

Recursos humanos qualificados e condições logísticas favoráveis à distribuição de bens e produtos, bem como à exportação, contribuem para que Sorocaba seja um dos principais polos industriais do Estado de São Paulo e do Brasil. São 600 empresas, dentre elas numerosas multinacionais. Segundo a Fundação Seade — Sistema Estadual de Análise de Dados, o setor emprega localmente cerca de 50 mil pessoas (cerca de 25% dos postos formais de trabalho), em segmentos como eletroeletrônico, telecomunicações, automotivo, peças, eólico, gráfico e plástico. Responde, também, por 32% do Valor Adicionado e paga salário médio de R$ 4.744,35, o mais alto da cidade.

Portanto, na área de abrangência da Diretoria Regional do Ciesp de Sorocaba, constituída por 47 municípios, existem boas razões para celebrar o Dia da Indústria, 25 de maio. Mais do que comemorar, porém, é fundamental adotar medidas de fomento e fortalecimento do setor, que desenvolve tecnologia e inovação, fabrica produtos e bens de alto valor agregado e é gerador intensivo de empregos.

Por isso, a agenda nacional de resgate da competitividade da indústria é muito relevante, pois as nações que conseguiram dobrar sua renda média num período de apenas 15 anos foram aquelas que elevaram sua participação a um patamar acima de 20% do PIB. Por isso, precisamos vencer as barreiras que continuam dificultando seu avanço, como o atraso do marco legal, insegurança jurídica, burocracia, impostos exagerados, baixa disponibilidade de crédito e todos os fatores referentes ao chamado “Custo Brasil”.

Não podemos mais perder tempo. Na década recém-terminada, de 2011 a 2020, o mundo cresceu 30% e o Brasil, apenas 3%. Por isso, teremos de realizar em plena crise da Covid-19 o que negligenciamos há muitos anos, a começar pelas reformas estruturais, principalmente a tributária e administrativa, e adoção de uma eficaz política industrial, para que o setor tracione o desenvolvimento nacional.

Os números são incontestáveis quanto ao significado da indústria: apesar de representar 11% do PIB, responde por mais da metade das exportações de bens, 69,2% do investimento empresarial em P&D, 33% da arrecadação de tributos federais, 25% do total nacional de impostos e 31,2% da arrecadação previdenciária patronal; emprega 20,4% dos trabalhadores brasileiros; e é a atividade que mais promove a difusão de tecnologia e produtividade, segundo dados do IBGE. Os desafios são muitos. Porém, os industriais são resilientes, capazes de superar adversidades e têm demonstrado muita competência para manter suas empresas vivas e gerar empregos em cenários desfavoráveis. Por isso, apesar das dificuldades atuais e da grave crise relativa à pandemia, celebramos este Dia da Indústria com esperança! O exemplo de Sorocaba e região justificam esse responsável otimismo.

Rafael Cervone é vice-presidente da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp)