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Vanderlei Testa

Um abraço de Ano-Novo pode trazer alegria e cura

O que faremos com o nosso tempo de vida até que a morte nos leve?". Uma vida feliz e radiante ou de reclamações?

17 de Janeiro de 2023 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
A obra, escrita pela médica geriatra Ana Cláudia Quintana Arantes, traz um título instigante
A obra, escrita pela médica geriatra Ana Cláudia Quintana Arantes, traz um título instigante (Crédito: ARTE: VT)

A inspiração deste tema surgiu da leitura de um livro que ganhei de Natal. Quem presenteou foi o casal Silvia e Francisco Pontes. A obra, escrita pela médica geriatra Ana Cláudia Quintana Arantes, traz um título instigante: --- “Pra vida toda valer a pena viver”.

É um pequeno manual para envelhecer com alegria, publicado pela Editora Sextante. Antes de entrar nas considerações desta reflexão, que relata a experiência de Ana Cláudia sobre a trilha da vida, desde que nascemos até a velhice, destaco uma observação que fiz ao olhar uma lâmpada acessa em minha cozinha.

Eu estava tomando o café da manhã no primeiro dia de janeiro de 2023, pensando nos próximos 365 dias do ano. Para começar, uma oração de gratidão pelo Ano-Novo que amanhecia com sol e esperança. Ao olhar a pequena lâmpada do abajur, imaginei o trajeto da energia, desde a usina em que houve o uso da água em suas turbinas para gerar a luz que iluminava a mesa do nosso desjejum.

Quantas chuvas caíram naquele lago represado de Itupararanga para que as águas pudessem mover pesados equipamentos e transformar um dom da natureza em outro dom do ser humano, a descoberta da energia, como fez o inventor da lâmpada, Thomaz Edson.

A lição que aprendi dessa primeira observação da energia elétrica é que neste ano vou ser mais atento às maravilhas de Deus que nos alimentam fisicamente e espiritualmente. A autora e médica Ana, comparou a sua reflexão a um deserto.

Ela, sabiamente leva o leitor a pensar no envelhecimento do corpo, mente e espirito. No caso, citou o deserto do Saara, calor intenso, ventania e frio congelante na madrugada. Se você, leitor ainda não pensou na velhice, use a sua energia e o deserto como um local imaginário para viver os seus últimos anos de vida.

E a pergunta que mais me tocou foi direta da geriatra Ana Cláudia: ---“O que faremos com o nosso tempo de vida até que a morte nos leve?”. Uma vida feliz e radiante ou de reclamações?

Todas as pessoas, independente da idade de vida, estarão envelhecendo a cada segundo. As publicações nas redes sociais de aniversários são sinais do tempo que passa e registra a nossa caminhada ao deserto. Buscar a alegria de viver nessa trajetória é como ter a energia elétrica em nossa casa com lâmpadas acesas.
Quando “queima”, como dizemos, ao não acender, é sinal de que precisamos providenciar a substituição por uma que ilumine. Assim deve ser a nossa energia interior, física e espiritual, para nunca deixarmos apagar dentro de nós o fio condutor de cada dia. Iniciar um ano novo é como colocar a lâmpada nova e reiniciar o dia e a hora em que nascemos com determinação.

Os dados das Nações Unidas apontam que uma em cada nove pessoas no mundo tem 60 anos ou mais. O Brasil, segundo as estatísticas de 2013 a 2022 revelam, teve um crescimento de 55% no número das pessoas idosas. Segundo citação da doutora Ana Cláudia, a expectativa de vida no Brasil é de 76 anos.

No meu artigo do dia 3 de janeiro citei vários depoimentos de pessoas que programaram mudar atitudes e conceitos para viverem melhor. Uma das mais citadas é reduzir a carga horária de trabalho e passar mais tempo com a família. Viajar, tirar férias, brincar com os filhos, como faz Kleber com a sua filha Laura, são alguns dos exemplos que ouvi nas entrevistas.

A geriatra Ana Cláudia diz que devemos aproveitar os cinco minutos de folga nas nossas horas de atividades e fazer contato com quem temos relação afetiva e, se possível, abraçá-los. Ela traz uma importante reflexão sobre esse tempo, pois daríamos qualquer coisa que temos ou todo o dinheiro da conta bancária se pudéssemos viver mais cinco minutos abraçados, em vida, junto de quem amamos e já morreram, como filhos ou pais.

Somos um grão de areia no universo, como planeta e como pessoas, minúsculos pontinhos de consciência humana. Acredito que é aí que entra a generosidade divina em proporcionar ao ser humano, um corpo e uma alma. O corpo e tudo o que a pessoa possui de material, fica na sua morte.

Pode até deixar herança material, mas não leva absolutamente nada consigo, a não ser a alma, a consciência do que fez de bom ou mal na vida. Diz a doutora Ana que “pode ser que tenhamos rompido relações com Deus por revolta, incompreensão ou soberba. Caso isso tenha acontecido ou venha a acontecer, procure ler a história de vida de Madre Teresa de Calcutá”, destaca a médica.

Vanderlei Testa ([email protected]) é jornalista e publicitário; escreve às terças-feiras no jornal Cruzeiro do Sul