Buscar no Cruzeiro

Buscar

João Alvarenga

Os portais de 2025

28 de Dezembro de 2024 às 21:29
Cruzeiro do Sul [email protected]
Assim, todos, em várias partes do planeta, estarão concentrados nesse momento místico chamado de
Assim, todos, em várias partes do planeta, estarão concentrados nesse momento místico chamado de "Virada do Ano" (Crédito: FREEPIK)

Amigo leitor, você está pronto para 2025? Antes de responder, reflita sobre isto: o velho ano está no pleno ocaso! Ou seja, 2024 morre, lentamente, bem diante de nossos olhos, como se fosse um paciente terminal, que recebeu um diagnóstico terrível. Assim, observamos seus últimos suspiros... Serão as últimas horas de um ano que, no dizer de muitos, foi dificílimo, sob vários aspectos. Especialmente, porque choveu muito mais do que o esperado. Aliás, as águas não deram tréguas, principalmente na região sul do País. Sobraram prejuízos, tragédias, dores e lágrimas. Também, as guerras e opressões estiveram presentes em vários cantos do globo.

Mas, enfim, parafraseando Manuel Bandeira, 2024 agoniza “nas cinzas das horas”. (Ufa!) Assim, estes 366 dias de um ano bissexto aguado e violento — bem ou mal vividos — estão dissipando e, com eles, tudo o que foi vivenciado: as alegrias e tristezas, as angústias, os perrengues, os sonhos não realizados, ou até mesmo as conquistas (se ocorreram). Enfim, tudo isso, de algum modo, será sepultado com esse paciente moribundo, exatamente quando os dois ponteiros do relógio estiverem unidos e indicarem que é meia-noite. Então, serão dadas as 12 badaladas que abrirão os portais de 2025!

Claro que, antes, haverá a tradicional contagem regressiva, seguida de brindes e abraços, na esperança de que o ano vindouro seja menos intempestivo e que nossos barcos possam navegar por águas tranquilas e piscosas. Assim, todos, em várias partes do planeta, estarão concentrados nesse momento místico chamado de “Virada do Ano”. São instantes finais que parecerão uma eternidade. Tanto que os irmãos Campos (Haroldo e Augusto), os “pais” da poesia concreta, criaram a palavra “Infinistante”, para tentar definir o indefinível, ou seja, a passagem do tempo que, para Albert Einstein, é algo relativo.

Independe de qualquer conceito científico, exatamente, nesse momento, haverá preces e pedidos aos deuses para que abençoem o “bebezinho” que está nascendo. Pela crendice popular, uma criança que nasce é sinônimo de boas novas. Assim, unidos numa só energia, faremos nossas mentalizações, como forma de nos conectarmos as vibrações do Ano Novo, que nascerá após romper com o ventre da noite, para se transformar em esperanças. Assim, seguindo suas tradições religiosas, muitos farão suas oferendas aos orixás. Uns pedirão que Iemanjá leve às águas profundas todo o sofrimento de 2024.

Outros invocarão a Xangô, Iansã e Obá, que regerão 2025, para que haja justiça, proteção divina e boas oportunidades aos povos da terra.

Haverá, também, aqueles que beberão tanto, que só verão o “recém-nascido”, no dia seguinte, e ficarão espantados com a ideia de que viveremos sob a influência de um número ímpar (2025: 2+2+5=9). Há quem jure que anos ímpares são piores do que os pares. Por, Oxalá, tomara que não! Afinal, o povo está cansado de tantas mazelas. Para quem se liga no horóscopo chinês, a serpente comandará os fluxos do novo ano. Só esperamos que ela não destile seu veneno contra os mais humildes.

Fora do prisma esotérico, os céticos dirão que não há nada de mágico na passagem do ano. Não acreditam que, de repente, tudo possa mudar, da noite pro dia, só pelo simples fato de que houve alteração na folhinha. Ou, o réveillon não tem esse “dom” místico de transmutar nossas vidas para melhor. Logo, para os materialistas de plantão, tudo continuará na mesmice. Nada mudará na ordem natural das coisas. Ou seja, a vida seguirá seu curso natural. Traduzindo: cada um, por si só, terá que, no dia 2 de janeiro, correr atrás do próprio sustento.

Todavia, independente de crenças, com certeza, todo mundo, agora, deve estar pensando: o que nos aguarda em 2025? Como será o jogo político, principalmente na esfera internacional, com Donald Trump à frente dos Estados Unidos? As guerras terão uma trégua? O governo conseguirá conter gastos públicos? Só o tempo dirá! Bom domingo!

João Alvarenga é professor de redação.