Saúde pública de qualidade ao alcance dos dedos
Pe. Flávio Jorge Miguel Júnior
A campanha política de 2020 para o Executivo e Legislativo em Sorocaba tem mostrado algo inédito e altamente positivo: o cuidado dos candidatos com a saúde pública. Exatamente o tipo de saúde que grande parte da população de Sorocaba e região precisa, carece. Há, ainda, muito a ser feito para essa faixa da população que tem menor atenção, os que são menos cuidados. Todos devem ser tratados com qualidade e dignidade.
Talvez pelo efeito Covid que ainda não cessou -- aguardo em poucas semanas um recrudescimento de casos em novos perfis da população - a saúde pública gratuita e de qualidade está sendo tema de várias candidatas e candidatos (ladies first) na plataforma de apresentação aos eleitores. Seja porque é um tema detectado nas pesquisas de opinião pública como prioritário, ou porque é o assunto do momento, ou porque -- e prefiro acreditar nesta razão -- percebe-se um trabalho de qualidade e muita responsabilidade na gestão da Santa Casa. Os resultados na Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba mostram que a saúde pública pode dar certo. Basta querer e os profissionais sérios e dedicados a esta questão, que honram seu princípio moral da prática do bem, de fazer a coisa correta, de entender a vocação cristã de salvar vidas, essas pessoas se encontrem, se reúnem com um propósito vencedor: aqui estão desde a trabalhadora mais simples de infraestrutura, passando pelos profissionais administrativos, até enfermeiras e enfermeiros que, assim como os médicos, têm se exposto em condições de potencial contaminação. De nada valeria apenas um ideal, um propósito sem esse comprometimento moral.
Como Sacerdote de Cristo, vejo em nossa Santa Casa um trabalho digno de cristãos, mesmo entre aqueles que não se identificam como tal, mas que fazem o trabalho de amor ao próximo. Salvam vidas, dão de seu melhor, têm um compromisso com a humanidade de todos nós. São profissionais que identificam também nos mais humildes, nos mais sofridos, a mesma pessoa que nós somos: filhos de Deus.
A campanha política em Sorocaba tem mostrado algumas pessoas que tenho recebido em nossa Santa Casa, como tenho feito há anos, desde que assumimos o compromisso de proporcionar boa Saúde em Sorocaba para qualquer cidadão. Muitos e muitas nos procuraram para oferecer ajuda, orçamento, emenda parlamentar (ou seja, nosso dinheiro de volta). Outras, pessoas de diversas classes sociais até empresas de diversos tamanhos têm feito doações em espécie ou em dinheiro para as reformas tão necessárias que já estão em plena implantação em nosso hospital. Sempre, sempre agradecemos, de forma pública como pode ser visto em nossos canais digitais de comunicação.
Muitas das visitas de representantes públicos locais e de outras cidades, de vereadores, prefeitas e prefeitos, deputadas e deputados, estaduais e federais, periodicamente têm vindo nos visitar para combater o bom combate: trocar ideias, ensinar, aprender sobre gestão de Saúde e suas complexidades, conversas sobre o SUS, trazer recursos financeiros vitais sem pedir nada em troca e muitas vezes trazer, apenas e tão necessariamente, palavras de estímulo, de reconhecimento à nossa equipe. São palavras de amor pelo próximo, traduzido em suas ações reais e concretas em ajuda, em destinação de recursos a todos que atendemos da mesma forma.
Como um gesto legitimo, registramos esses encontros com transparência, de forma pública e aberta. Essas visitas, muitas delas usadas na campanha, o leitor e eleitor consegue identificar e a escolha por qualquer um deles com seu voto é um ato próprio, de consciência, de seu julgamento que inclui questões que vão além da saúde pública de qualidade.
Sim, há também os vendilhões do templo, os oportunistas que chegam apenas à nossa porta e pregam fake news ou aquilo que lhes convém. Esses, o leitor também saberá identificar. Suas promessas vazias, sem fundamento em uma realidade de orçamentos e recursos, são a versão municipal do já conhecido estelionato eleitoral. Fatos alternativos que não passam de palavras de palanque.
O ano de 2021 será muito difícil para a saúde. Localmente já foi aprovado pelos atuais vereadores um corte de 80 milhões de reais que deve atingir em especial aqueles que não possuem planos particulares de saúde, um contingente cada vez maior, um amargo quadro de nossa economia. Há também previsões de corte de recursos vindos do Estado de São Paulo e federal.
Nossa eleição próxima é municipal, assuntos locais. Talvez a Saúde em Sorocaba seja um fator determinante, leitor e eleitor, sobre quem será escolhido para fazer um bom trabalho de saúde pública, com qualidade e acesso a todos. Será uma escolha sua, ao alcance de seus dedos que certamente analisará mais as ações realizadas, os atos verdadeiros do que promessas sobre o nada.
Pe. Flávio Jorge Miguel Júnior - diretor presidente da Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba.