Editorial
A força da mulher brasileira em Paris
Terminam hoje (11) os Jogos Olímpicos de Paris. A cerimônia de abertura foi no dia 26 de julho, mas as competições, efetivamente, começaram dois dias antes. Portanto, até este domingo, foram 19 dias de atividades olímpicas realizadas na capital francesa, uma das mais belas cidades do mundo.
O Brasil enviou 276 atletas à Olimpíada e, na primeira vez na história dos Jogos, as mulheres foram a maioria da delegação, com 153 representantes. Neste ponto, cabe uma observação: nenhum dos 123 homens chegou ao topo do pódio, fato que teve três mulheres que conquistaram as medalhas douradas: Beatriz Souza (no judô, categoria peso pesado); Rebeca Andrade (solo da ginástica artística); e Duda e Ana Patrícia (vôlei de praia). Realmente, as mulheres brasileiras fizeram a diferença em Paris e encheram o País de orgulho.
Até às 16h deste sábado (10), o Brasil contabilizava 20 medalhas, sendo 3 de ouro, 7 de prata e 10 de bronze. Pois bem! Medalhas olímpicas representam um mérito, uma conquista pessoal do atleta.
Na comparação com países que são grandes potências olímpicas como a China e os Estados Unidos, 20 medalhas parecem pouco, mas não são.
Se consideramos todos os esforços dos atletas e a representatividade de suas conquistas, foi um grande feito.
É fato que os Jogos Olímpicos não têm o poder de parar o País para acompanhar uma disputa como o que acontece na Copa do Mundo de Futebol, mas assistir a conquista de um brasileiro em uma competição internacional emociona quem ama o esporte.
E, pela segunda vez na história da Olimpíada, o Brasil premia os atletas medalhistas com dinheiro. A primeira vez foi em Tóquio 2020, realizada em 2021 devido a pandemia.
Segundo informações fornecidas pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), nos Jogos de Paris, em modalidades individuais, os medalhistas de ouro receberão uma premiação de R$ 350 mil, sendo R$ 210 mil para os medalhistas de prata e, para quem levar o bronze, o valor é de R$ 140 mil.
Essa premiação é necessária não somente para referendar o reconhecimento do feito olímpico, mas para apoiar e incentivar o atleta. Afinal, nem tudo é glamour olímpico. Para representar o Brasil há muito esforço incluído que, quase nunca, chega ao conhecimento do brasileiro comum.
Interessante lembrar que a Olimpíada surgiu na Grécia Antiga, por volta de 776 a.C., na cidade de Olímpia. Os Jogos Olímpicos da Antiguidade estavam associados a rituais religiosos e prestavam homenagens a deuses gregos, como Zeus. Após o fim das Olimpíadas antigas, em 393 d.C., os jogos voltariam a ocorrer somente 1.503 anos depois com a proposta de promover a paz, a integração e a união entre os países. De acordo com o Estatuto Olímpico, a intenção é garantir o desenvolvimento harmonioso da humanidade por meio da prática esportiva.
Paris 2024 acontece em meio à crise no Oriente Médio, com os conflitos entre Israel e o Hamas, que se estendem a países vizinhos, e à guerra entre Rússia e Ucrânia, na Europa Oriental. Temia-se que os reflexos dos conflitos chegassem à capital francesa durante os Jogos, mas o espírito olímpico prevaleceu.
Neste domingo, a partir das 16h (hora de Brasília), no Stade de France, acontece a cerimônia de encerramento da Olimpíada 2024, que deve contar com mais de 100 acrobatas e artistas aéreos e a premiação dos últimos campeões olímpicos com suas medalhas e, ainda, oferecer uma prévia do que está por vir nos Jogos de 2028, em Los Angeles.